São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

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Lobão diz que texto pode ser reparado

DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo Lobão, 44, que liderou com Beth Carvalho a mobilização da classe musical pela aprovação do projeto de lei, o grupo que se organizou em torno da deputada Tânia Soares (PC do B-SE) admite reestudar e corrigir detalhes do texto que podem tornar a execução da lei inviável para a indústria.
"Não podemos transformar a numeração em fetiche. Não queremos atrapalhar as editoras, muito menos as pequenas, que poderiam quebrar com a numeração sequencial", diz Lobão, agora em tom conciliatório.
"Estamos estudando um protótipo que seria uma iconografia identificada por lotes de, por exemplo, 50 mil unidades, sem numeração sequencial. O texto pode ser reelaborado", afirma, aproximando-se da proposta que anteriormente as gravadoras classificaram como factível.
A Folha tentou obter uma posição oficial da Associação Brasileira dos Produtores de Discos sobre a aprovação do projeto até a conclusão desta edição, sem sucesso.
Mas do lado da indústria uma posição intermediária vem da Trama, que na figura de um dos seus presidentes, João Marcello Bôscoli, afirma: "A movimentação artística organizada em torno da questão é extremamente positiva e tem nosso apoio. Só não podemos aumentar os preços por conta disso ou perder agilidade, para não beneficiar os piratas".
Lobão já responde à questão do custo, desmentindo afirmações das gravadoras de que encareceria os CDs: "Segundo estudos, se toda a indústria aderisse à inclusão do selo, ele custaria R$ 0,01 por CD. É importante que se perceba que a opinião pública está pensando sobre o assunto de maneira crítica em relação às atitudes da indústria. Nossa classe tem que se manter atenta e unida".
Afirmando, como de resto toda a indústria, que a assinatura pelo autor cópia por cópia é inviável, Bôscoli lança outra alternativa/ proposta: "O que queríamos mesmo era o SoundScan, um software que, colocado nas caixas registradoras das lojas, permite o registro da venda do CD na ponta final do processo, junto ao consumidor".
Ao que dão a entender os depoimentos de ambos os lados, a discussão está apenas começando.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)



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