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Lobão diz que texto pode ser reparado
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo Lobão, 44, que liderou
com Beth Carvalho a mobilização
da classe musical pela aprovação
do projeto de lei, o grupo que se
organizou em torno da deputada
Tânia Soares (PC do B-SE) admite
reestudar e corrigir detalhes do
texto que podem tornar a execução da lei inviável para a indústria.
"Não podemos transformar a
numeração em fetiche. Não queremos atrapalhar as editoras,
muito menos as pequenas, que
poderiam quebrar com a numeração sequencial", diz Lobão,
agora em tom conciliatório.
"Estamos estudando um protótipo que seria uma iconografia
identificada por lotes de, por
exemplo, 50 mil unidades, sem
numeração sequencial. O texto
pode ser reelaborado", afirma,
aproximando-se da proposta que
anteriormente as gravadoras classificaram como factível.
A Folha tentou obter uma posição oficial da Associação Brasileira dos Produtores de Discos sobre
a aprovação do projeto até a conclusão desta edição, sem sucesso.
Mas do lado da indústria uma
posição intermediária vem da
Trama, que na figura de um dos
seus presidentes, João Marcello
Bôscoli, afirma: "A movimentação artística organizada em torno
da questão é extremamente positiva e tem nosso apoio. Só não podemos aumentar os preços por
conta disso ou perder agilidade,
para não beneficiar os piratas".
Lobão já responde à questão do
custo, desmentindo afirmações
das gravadoras de que encareceria os CDs: "Segundo estudos, se
toda a indústria aderisse à inclusão do selo, ele custaria R$ 0,01
por CD. É importante que se perceba que a opinião pública está
pensando sobre o assunto de maneira crítica em relação às atitudes da indústria. Nossa classe tem
que se manter atenta e unida".
Afirmando, como de resto toda
a indústria, que a assinatura pelo
autor cópia por cópia é inviável,
Bôscoli lança outra alternativa/
proposta: "O que queríamos mesmo era o SoundScan, um software
que, colocado nas caixas registradoras das lojas, permite o registro
da venda do CD na ponta final do
processo, junto ao consumidor".
Ao que dão a entender os depoimentos de ambos os lados, a discussão está apenas começando.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
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