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ARTES PLÁSTICAS
Extensão projetada para Barra Funda pode ser descartada pela nova diretora do museu, Elza Ajzenberg
MAC estuda nova sede dentro da USP
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da concorrência internacional, realizada no ano passado, ter escolhido o projeto do arquiteto suíço Bernard Tschumi
para a nova sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da
Universidade de São Paulo (USP)
na Barra Funda, a nova gestão do
museu, tendo à frente a professora Elza Ajzenberg, decidiu reabrir
o debate e pode optar por uma
nova sede dentro do próprio campus da USP.
Há pouco mais de dois meses,
Ajzenberg, professora titular da
USP, assumiu o cargo de diretora
do MAC. Desde então, manteve-se afastada de pronunciamentos
públicos. É compreensível. Sua
escolha foi polêmica, afinal ela era
a última colocada numa lista tríplice encaminhada pelo conselho
do MAC ao reitor da USP, Adolpho Melfi. Pertence a ele a prerrogativa de indicar o diretor do museu e a escolha foi a favor de Ajzenberg, que teve um voto na indicação do conselho do museu
contra três para Carmen Aranha e
cinco para Martin Grossmann,
apoiado pelo então diretor do
MAC, Teixeira Coelho.
Desde então, a professora manteve discrição. "Foi um período
de prospecção, mas digo que minha gestão não representa uma
ruptura em relação à diretoria anterior. Queremos continuar ampliando a visitação pública do
museu e manter espaços expositivos fora do campus da universidade", diz Ajzenberg, na primeira
entrevista de sua gestão.
Entretanto, nas quase três horas
da entrevista, a professora ressaltou o que deve ser a tônica de sua
gestão: "O respeito pelos colegiados da universidade". "O MAC
pertence a uma das mais importantes universidades da América
Latina e de todo o mundo, não
podemos deixar de levar em conta a nossa excelência", afirma.
O recado é claro. A gestão de
Teixeira Coelho à frente do MAC
foi marcada por uma autonomia
que não agradou aos colegiados
da USP. O confronto explicitou-se
quando a Associação de Amigos
do MAC organizou o concurso
internacional para a escolha do
arquiteto da nova sede no museu
na Barra Funda, que apontou
Tschumi como vencedor, e desagradou especialmente a direção
da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, que não foi consultada para participar do processo.
"A construção do novo museu
envolve um grande debate sobre
questões culturais na cidade. Essa
é uma etapa histórica que será
consolidada a partir do segundo
semestre", afirma Ajzenberg.
Essa decisão não é uma ducha
de água fria no projeto de ampliação? "Não. O concurso foi feito,
não se pode ignorar esse fato. Mas
é uma questão complexa, que
precisa ser debatida", diz.
No entanto, a diretora já apresenta outra alternativa para a nova sede: "Há um projeto para a
construção de uma praça na USP,
com entrada pela avenida Corifeu
de Azevedo Marques, que reunirá
outros museus, como o da Ciência. Nesse parque pode estar alojada a nova expansão do MAC".
De concreto a diretora já tem
duas mostras programadas para o
segundo semestre, ambas fora do
campus. Em setembro, será inaugurada na galeria do Sesi, na avenida Paulista, a mostra "Operários na Paulista", com obras do
grupo Santa Helena. A organização da mostra envolve sete pesquisadoras e curadoras, entre elas
a própria diretora.
Já na sede do MAC no pavilhão
da Bienal, no parque Ibirapuera,
local pouco utilizado pela gestão
anterior, será organizada, em outubro, a mostra "Nave dos Insensatos". "Partimos do quadro "Nave dos Insensatos", de Bosch, para
apresentar obras do acervo e novas produções de 16 artistas brasileiros", diz a diretora. Entre eles,
estão Cláudio Tozzi, Antonio Dias
e Wesley Duke Lee.
Para os demais anos -o mandato vai até 2006-, estão previstas três mostras com acervos de
museus mexicanos. "Estamos
acertando parcerias e devemos
trazer mostras modernas e contemporâneas", afirma Ajzenberg.
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