São Paulo, domingo, 27 de junho de 2004

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Ingleses do Who lideram o hall da vergonha do rock

ANTHONY BARNES
DO "INDEPENDENT"

Suas extravagâncias quando saíam em turnê e as guitarras destruídas nos palcos criaram um modelo para gerações de bandas. Agora, o Who foi reconhecido como rei do comportamento repulsivo, em uma pesquisa da BBC divulgada na semana passada.
Eles derrotaram concorrentes fortes, como Ozzy Osbourne e Jimi Hendrix, graças a um histórico insuperável que inclui brigas a socos no palco, consumo prodigioso de drogas e, de acordo com certos boatos, entrar de Rolls-Royce na piscina de um ricaço.
A lista dos dez momentos favoritos de "excesso no rock" foi compilada pela 6 Music, uma estação digital da BBC, com base em milhares de votos de ouvintes.
A segunda posição ficou com a dupla KLF, que dentre outras travessuras, deixou uma carcaça de carneiro na entrada da cerimônia do Prêmio Brit Pop, em 1992, e disparou cartuchos de festim com uma metralhadora contra a platéia de um show.
"O príncipe das trevas" Ozzy Osbourne, ex-vocalista do Black Sabbath que reconquistou fama mundial com sua família no programa "The Osbournes", da MTV, vem em terceiro, depois de três décadas de agressão ao seu corpo com uma quantidade avassaladora de drogas.
Ele conquistou seu lugar na lista com um incidente que ocorreu em 1982. Sua mulher, Sharon, confiscara suas roupas para impedir que ele continuasse bebendo, mas Osbourne resolveu o problema colocando um dos vestidos dela para procurar um bar em San Antonio, no Texas. Horas depois, foi preso por urinar no Álamo (um forte onde os texanos se defenderam heroicamente contra um ataque mexicano em 1836).
Morrissey fica em quarto lugar, não por comportamento indevido de sua parte, mas graças a um brincalhão que assistia a um show de sua banda, os Smiths. Enquanto o ativista vegetariano Morrissey cantava "Meat Is Murder", foi atingido no rosto por algumas salsichas. "Algumas entraram na minha boca. Foi horrível. Tive de correr do palco e vomitar", relembra ele. "Comer carne é a coisa mais repulsiva em que consigo pensar. É como morder a avó".
O incendiário baterista do Who, Keith Moon, foi responsável por muitas das histórias mais notórias, como a demolição de privadas usando bombinhas caseiras, e a detonação de sua bateria, causando danos permanentes à audição de Pete Townshend, seu companheiro de banda. O baixista John Entwistle, outro de seus colegas, certa vez disse que o comportamento de Moon parecia "engraçado quando relembrado como lenda, mas, se você estava envolvido, era um pé no saco".
O baterista morreu aos 31 anos, em 1978, de uma overdose de medicamentos usados para tratar seu alcoolismo.


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