São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2005

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Uma das principais bandas do rock mundial vai tocar em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre

Strokers enfim, no Brasil

Haydn West/Associated Press
O vocalista dos Strokes, Julian Casablancas, em show em julho de 2004, na Irlanda


LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

A hora é agora. Uma das bandas top do rock mundial e das mais solicitadas no quesito "Eu quero ver esses caras ao vivo no Brasil", o grupo nova-iorquino The Strokes acertou na semana passada uma turnê brasileira de três shows em outubro, com a possibilidade de haver ainda um quarto.
Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre estão na rota brasileira da banda que espanou o pó do rock no começo da década e deve ser anunciada nos próximos dias como a principal atração do Tim Festival 2005, a Folha apurou.
O quarto show dos Strokes está vinculado à venda rápida de ingressos do concerto da banda no Tim. Se as entradas para o Museu de Arte Moderna (capacidade de 6.000 pessoas) forem devoradas em menos de 15 dias, a banda assume um show extra para os cariocas. Não é difícil prever: os ingressos não durarão nem 15 horas e o quarto show vai, sim, ser programado.
O Tim Festival acontece nos dias 21, 22 e 23 de outubro, no Rio de Janeiro. A rapper inglesa M.I.A (a alma é do Sri Lanka) e a cultuada banda americana de country alternativo Wilco acompanham os Strokes na lista de atrações do Tim Festival a serem anunciadas em breve (veja texto ao lado).
O possível show extra no Rio e as apresentações da banda de Julian Casablancas em São Paulo e Porto Alegre aparentemente não têm nada a ver com o evento da marca de celular. A idéia é a de os Strokes intercalarem cada show do Rio e os de SP e Porto Alegre (estes dois últimos estimados para um público de 25 mil pessoas) com um dia de folga. Um festival na Argentina também vai contar com a passagem da turnê do adorado grupo da cena de Nova York.
Os Strokes quebram, assim, o caráter exclusivista que é próprio dos grandes festivais brasileiros. Foi uma exigência da banda na hora de fechar o contrato a possibilidade de assumir ela própria sua performance por outros lugares, para: 1) atingir o maior número de fãs brasileiros possíveis e 2) não deixar irritados os seguidores que esperam há tempos a banda e que não conseguiriam um dos ingressos de show solo no Tim.
Os Strokes são um quinteto formado por Julian Casablancas (vocal), os guitarristas Albert Hammond Jr. e Nick Valensi, o baixista Nicolai Fraiture e o baterista Fabrizio Moretti, que nasceu no Rio de Janeiro.
A banda, o primeiro grande fruto da geração MP3, tomou de assalto a cena roqueira mundial em 2001, quando foi muito mais falada do que ouvida. Por causa de um mero single, "The Modern Age", três musiquinhas caseiras, excitou o pop, virou capa de jornais e revistas em todo o mundo, arrastou "famosos" para os seus concorridíssimos shows, tocou em posição de destaque em megafestival, pautou a moda jovem.
Quando o primeiro disco saiu (o famoso "Is This It"), oito meses depois, já era a banda de rock mais comentada do novo século. Aí chamou atenção mundial para a cena musical de Nova York, abriu portas para um sem-número de bandas novas da Suécia à Austrália e evidentemente virou desejo brasileiro, que se materializa só agora.
Os Strokes devem finalizar em julho o seu novo álbum, o terceiro. O disco começou a ser falado na imprensa musical na semana passada, quando foram mostradas 14 faixas não remixadas para jornalistas selecionados da Inglaterra e dos EUA. O sucessor de "Room on Fire" (2003) ainda não tem título e deve ser lançado apenas no começo de 2006.
A banda, em férias, deve passar agosto e setembro ensaiando as novas músicas. Certamente nos shows brasileiros os Strokes intercalarão seus hits com várias das músicas novas do "Album 3", como vem sendo provisoriamente chamado.

Tim Festival em SP
A princípio, o Tim Festival está marcado mesmo para acontecer apenas no Rio de Janeiro, seguindo um rodízio com São Paulo articulado desde que o festival deixou de ser Free Jazz (este teve sua edição de 2002 cancelada e voltou com o novo nome e o novo patrocínio em 2003). Mas o evento pode ter uma miniedição em São Paulo, no auditório Tim, espaço cultural que a firma de aparelhos celulares está construindo no Ibirapuera.
O auditório terá um palco móvel e uma estrutura que permitirá a utilização de dois espaços diferentes: a área interna, com acomodação de 800 pessoas e shows pequenos, com um caráter de vanguarda; e a externa, que estica a capacidade para até 20 mil e permite a realização de concertos grátis aos domingos. Devido a um acordo com a prefeitura, os espetáculos ao ar livre não podem ser feitos com cobrança de ingressos.
Os jazzistas Wayne Shorter, saxofonista, e John McLaughlin, guitarristas, duas atrações da parte do festival que ainda segue a herança da época de Free Jazz, têm shows marcados para o Tim Festival, entrega a internet. Mas a internet também aponta shows dos mesmos artistas e na mesma época para o parque Ibirapuera, em São Paulo.

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