São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2008

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TRECHOS DO LIVRO

Mais de um amigo, em distintos tempos e lugares, testemunharia ou daria notícia do espetáculo de Ovalle a golpear o próprio rosto, em prantos, mortificado ao cabo de uma de suas refregas com o Altíssimo -pois com Ele não raro discutia, e de igual para igual, sem saber no início qual dos dois sairia vencedor. Às vezes, emburrado, virava o crucifixo, pondo o Interlocutor de castigo, com a cara para a parede

Fulano é um chato? Ovalle não diria assim -para ele, "fulano faz muito calor". Um desses aquecedores ambulantes o aluga com alguma história interminável? Sabe como livrar-se dele: "Isso dá um conto!", exclama, interrompendo o relato -e o idiota, assim incentivado, vai correndo escrever. Aquele amigo grandalhão que o aborreceu "é o maior anão do mundo". Londres? Igual a Paquetá, só que com névoa

"O importante", vivia ele repetindo, "não é saber se a pessoa gosta de uísque, mas se o uísque gosta da pessoa."


Extraídos de "Jayme Ovalle - O Santo Sujo", de Humberto Werneck


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