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MICHAEL JACKSON 1958-2009
Remédios podem ter matado Jackson
Uma das hipóteses levantadas seria a morte por overdose acidental de anestésico Demerol, de uso restrito no Brasil
Sumiço de cardiologista que é médico particular do músico e último a tê-lo
visto com vida intriga a polícia de Los Angeles
SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES
O escritório do legista do
Condado (divisão administrativa) de Los Angeles disse que
Michael Jackson tomava vários
remédios sob prescrição médica, mas que determinar a causa
precisa de sua morte vai exigir
exames e testes que podem levar entre quatro e seis semanas. O legista-chefe disse que o
corpo do músico não mostrava
sinal de trauma nem evidência
de machucados intencionais.
A evasiva do órgão do governo se deve a pedido da família
do músico, morto anteontem
aos 50 anos em circunstâncias
ainda não esclarecidas.
Outra hipótese que a polícia
investiga é se a morte foi em decorrência de uma overdose acidental de um anestésico derivado do ópio de uso restrito em
vários países, inclusive no Brasil. O narcótico Demerol, semelhante à morfina, teria sido injetado em Jackson por seu médico particular às 11h30 de ontem, minutos antes da parada
cardiorrespiratória irreversível
que acabaria por matá-lo.
A informação foi passada por
uma pessoa ligada à família de
Jackson ao TMZ, site que revelou primeiro a morte do músico. Segundo esse portal de celebridades, o médico morava na
mesma casa de Jackson.
Apesar da névoa que cerca o
caso, aos poucos alguns detalhes vão sendo confirmados pelos envolvidos na investigação
ou por pessoas próximas do
músico e dos Jackson.
Um deles é que o carro pertencente à irmã de seu médico
particular, uma BMW prata, foi
guinchado da casa do músico e
levado para revista pela polícia,
em busca de remédios, drogas
ou outro indício que ajude a esclarecer as circunstâncias da
morte do astro.
O médico é o cardiologista
Conrad Robert Murray, que
atende clientes nos Estados da
Califórnia, onde o músico vivia
nos últimos meses, de Nevada,
onde Jackson morou por um
tempo, e do Texas.
A polícia confirmou que falou com ele na quinta e que tentava falar de novo com ele ontem, sem sucesso.
"Esperamos que ele venha
reclamar seu carro", disse a
porta-voz Amanda Betat. A investigação continuava sendo
não criminal, afirmou ela.
Na gravação da chamada de
emergência feita na quinta-feira a partir da casa que o músico
alugava e que foi divulgada ontem pelo Corpo de Bombeiros
de Los Angeles, o interlocutor
que pede socorro diz ao atendente que um médico fazia
massagem cardiorrespiratória
em Michael Jackson naquele
momento sem sucesso. Não diz
o nome dele.
Demerol
Michael Jackson seria usuário habitual do anestésico, de
acordo com um advogado ligado à família, Brian Oxman.
Em 2005, a droga e seringas
foram encontradas em busca
em Neverland, rancho em que o
músico vivia, na Califórnia, pelo promotor que liderava a investigação por acusação de assédio sexual de menores. Jackson acabaria inocentado.
Se confirmada a hipótese, o
músico terá sido a mais recente
vítima no show business do
mesmo tripé de overdose acidental, demora na busca de socorro e leniência de amigos e
pessoas próximas que nos últimos tempos custou a vida do
ator Heath Ledger, o Coringa
do filme "Batman", e da ex-playmate Anna Nicole Smith.
A família do músico, morto
anteontem aos 50 anos em circunstâncias não esclarecidas
até agora, se reuniu por horas
com detetives responsáveis pelas investigações e médicos que
conduzem os exames no corpo
de Jackson.
Músico "espetacular"
Ontem, o presidente Barack
Obama rompeu protocolo em
situações do tipo e fez um comentário considerado comedido sobre a morte do músico.
Disse que Michael Jackson
tinha sido um artista "espetacular", mas que alguns aspectos
de sua vida eram "tristes e trágicos". Na Câmara dos Representantes (deputados federais),
instados por Jesse Jackson Jr.,
de Illinois, os presentes fizeram um minuto de silêncio.
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