São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Morre o crítico e ator Alberto Guzik, 66

Corpo do artista, que estava internado desde fevereiro passado para se tratar de câncer, foi cremado ontem em SP

Ele dedicou 30 anos da carreira à crítica teatral, foi expoente do "Jornal da Tarde" e também escritor e professor

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O crítico de teatro, escritor e ator Alberto Guzik morreu na manhã de ontem, em São Paulo, aos 66 anos de idade.
A morte foi causada por complicações ocasionadas por um câncer identificado inicialmente em seu estômago e que, em seguida, atingiu outros órgãos.
Guzik estava internado no hospital Santa Helena, no bairro da Liberdade, desde fevereiro passado. O corpo foi cremado no cemitério da Vila Alpina, zona leste, às 17h de ontem, com a presença de dezenas de amigos e familiares. Não houve velório.
Figura emblemática da cena teatral paulistana, formado pela Escola de Arte Dramática (EAD) da USP (Universidade de São Paulo), Guzik assumiu a crítica teatral do "Jornal da Tarde", ao lado de Sábato Magaldi, a partir de 1984.
Antes, ele havia integrado a redação da revista "IstoÉ", além de lecionar disciplinas teóricas na EAD. Em diversos períodos de sua carreira, foi também colaborador do jornal "O Estado de S. Paulo".
Em 2001, o crítico deixou o "Jornal da Tarde". Passou a se dedicar mais ao ensino como professor da Escola de Atores Wolf Maya. Assumiu a cadeira de diretor pedagógico na SP Escola de Teatro no ano passado.

RETORNO AOS PALCOS
O retorno aos palcos aconteceu com a peça "Horário de Visita", do dramaturgo Sérgio Roveri, em 2003, após quase 40 anos sem atuar.
Com o grupo Os Satyros, apresentou-se nas peças "O Enigma de Kaspar Hauser", "Transex" e "A Vida na Praça Roosevelt", entre outras.
Mais recentemente, atuou com o mesmo grupo no espetáculo "Liz". Um dos últimos desempenhos como ator foi em 2009 na peça "Monólogo da Velha Apresentadora", texto de Marcelo Mirisola.
Guzik teve ainda vários livros publicados, entre eles "Paulo Autran - Um Homem no Palco" (Boitempo) e o volume de contos e crônicas "O Que É Ser Rio, e Correr?" (editora Iluminuras).

TEATRO "CORRETO"
Em depoimento à enciclopédia Itaú Cultural, declarou nunca ter vinculado sua observação do fenômeno teatral a uma visão partidária. "Nunca acreditei que o teatro "correto" tenha de expressar tal ou qual ponto de vista."
No mesmo texto, ele completa: "É bom que se tenha de tudo [no teatro], desde a farsa rasgada até o mais rigoroso teatro de pesquisa, do musical importado ao nacional, da dramaturgia brasileira à mundial, dos atores e diretores veteranos aos jovens estreantes".


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