|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Morre o crítico e ator Alberto Guzik, 66
Corpo do artista, que estava internado desde fevereiro passado para se tratar de câncer, foi cremado ontem em SP
Ele dedicou 30 anos da carreira à crítica teatral, foi expoente do "Jornal da Tarde" e também escritor e professor
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O crítico de teatro, escritor
e ator Alberto Guzik morreu
na manhã de ontem, em São
Paulo, aos 66 anos de idade.
A morte foi causada por
complicações ocasionadas
por um câncer identificado
inicialmente em seu estômago e que, em seguida, atingiu
outros órgãos.
Guzik estava internado no
hospital Santa Helena, no
bairro da Liberdade, desde
fevereiro passado. O corpo
foi cremado no cemitério da
Vila Alpina, zona leste, às
17h de ontem, com a presença de dezenas de amigos e familiares. Não houve velório.
Figura emblemática da cena teatral paulistana, formado pela Escola de Arte Dramática (EAD) da USP (Universidade de São Paulo), Guzik assumiu a crítica teatral
do "Jornal da Tarde", ao lado
de Sábato Magaldi, a partir
de 1984.
Antes, ele havia integrado
a redação da revista "IstoÉ",
além de lecionar disciplinas
teóricas na EAD. Em diversos
períodos de sua carreira, foi
também colaborador do jornal "O Estado de S. Paulo".
Em 2001, o crítico deixou o
"Jornal da Tarde". Passou a
se dedicar mais ao ensino como professor da Escola de
Atores Wolf Maya. Assumiu a
cadeira de diretor pedagógico na SP Escola de Teatro no
ano passado.
RETORNO AOS PALCOS
O retorno aos palcos aconteceu com a peça "Horário de
Visita", do dramaturgo Sérgio Roveri, em 2003, após
quase 40 anos sem atuar.
Com o grupo Os Satyros,
apresentou-se nas peças "O
Enigma de Kaspar Hauser",
"Transex" e "A Vida na Praça
Roosevelt", entre outras.
Mais recentemente, atuou
com o mesmo grupo no espetáculo "Liz". Um dos últimos
desempenhos como ator foi
em 2009 na peça "Monólogo
da Velha Apresentadora",
texto de Marcelo Mirisola.
Guzik teve ainda vários livros publicados, entre eles
"Paulo Autran - Um Homem
no Palco" (Boitempo) e o volume de contos e crônicas "O
Que É Ser Rio, e Correr?" (editora Iluminuras).
TEATRO "CORRETO"
Em depoimento à enciclopédia Itaú Cultural, declarou
nunca ter vinculado sua observação do fenômeno teatral a uma visão partidária.
"Nunca acreditei que o teatro
"correto" tenha de expressar
tal ou qual ponto de vista."
No mesmo texto, ele completa: "É bom que se tenha de
tudo [no teatro], desde a farsa rasgada até o mais rigoroso teatro de pesquisa, do musical importado ao nacional,
da dramaturgia brasileira à
mundial, dos atores e diretores veteranos aos jovens estreantes".
Texto Anterior: Poesia: Clarisse Abujamra reestreia "Antonio" Próximo Texto: Opinião: Militante apaixonado do teatro, fez da generosidade a sua marca Índice
|