São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2011

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Na era do digital, cinematecas têm novas funções

Intercâmbio com outras instituições e organização de mostras pautadas por um "discurso" mantêm cinéfilos

"A médio prazo, não tem sentido guardar sem dar acesso", diz Maria Dora Mourão, professora da ECA-USP

DE SÃO PAULO

"Me formei na ECA [Escola de Comunicações e Artes da USP] em 1967. Se não fosse a Cinemateca, eu não teria tido a mesma formação. Para dar aula de história do cinema, os professores carregavam aquelas grandes latas."
A declaração de Maria Dora Mourão, hoje professora da ECA e presidente da Associação de Amigos da Cinemateca, remete ao velho papel de uma cinemateca: preservar, mas também difundir.
Mas, e em 2011, quando as novas gerações baixam tudo na internet ou compram clássicos nas barraquinhas dos "camelôs cult", qual é o papel de uma cinemateca?
"Preservar os filmes e dar um acesso diferenciado a eles", responde Carlos Magalhães, presidente da Cinemateca Brasileira. "Não só a qualidade da projeção não é mesma, como há um conjunto de fatores que mudam a relação do espectador com o filme. Há um discurso por trás de cada mostra."
Para reabilitar a Cinemateca como espaço de exibição, Magalhães, ao assumir o posto, em 2002, fez questão, por exemplo, de colocar o sistema Dolby Digital na sala. A deficiência técnica fazia com que vários cineastas, simplesmente, não quisessem ter seus filmes projetados ali.
"Mas não é simples convencer as pessoas de que a Cinemateca tem de difundir também, e não só preservar", observa Magalhães.
O novo espaço da instituição, na Vila Leopoldina, terá projeções apenas para os técnicos envolvidos nos trabalhos de restauro. As mostras voltadas ao público continuarão acontecendo nas salas da sede atual, na Vila Clementino. (ANA PAULA SOUSA)


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