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CINEMA
Estúdio Universal se associa a Fernando Meirelles no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
O estúdio norte-americano Universal, gigante da indústria cinematográfica,
anunciou ontem acordo com
o cineasta Fernando Meirelles ("O Jardineiro Fiel", "Cidade de Deus") para a produção de títulos brasileiros.
"Ver os americanos pondo
dinheiro no filme brasileiro é
animador, um alento", disse
Meirelles, cuja produtora em
São Paulo, a O2 Filmes, passará a ter um departamento
de desenvolvimento de projetos, voltado à sociedade.
O acordo inclui também o
selo Focus Features (braço
da Universal para filmes de
orçamento médio), pelo qual
Meirelles dirigiu o longa inglês "O Jardineiro Fiel", indicado a quatro Oscars.
Hoje, em São Paulo, Meirelles apresenta ao presidente de produção da Focus,
John Lyons, os primeiros
cinco projetos que sugere ao
selo realizar, sendo dois do
diretor Heitor Dhalia ("Nina"), um de Cao Hamburger
("Castelo Rá-Tim-Bum"),
uma adaptação de Tonico
Mello do livro "Vips -°Histórias Reais de um Mentiroso",
de Mariana Caltabiano, e um
quinto projeto não-citado.
O contrato tem duração de
três anos e prevê que os filmes possam ser falados em
português ou inglês. Segundo Meirelles, o orçamento
médio das produções será de
R$ 7,5 milhões. Não há um
número de filmes predeterminado pelo acordo. Meirelles estima que serão "dois ou
três filmes por ano [do acordo]". A Universal se encarrega de distribuir os filmes no
Brasil e no exterior.
Em comunicado sobre o
acordo, o executivo da Universal Pictures, David Linde,
o presidente da Focus, James Schamus, e o presidente
da Universal Pictures International, David Kosse, se declararam "ansiosos para trabalhar" novamente com
Meirelles, "depois da maravilhosa e gratificante colaboração com ele", referindo-se
a "O Jardineiro Fiel".
"Confiamos não apenas no
seu amplo conhecimento do
ressurgente cenário cinematográfico brasileiro, mas
também em seus instintos
criativos. A Focus e a Universal estão sempre procurando
talentosos diretores regionais cujo trabalho possa ser
levado ao mundo", afirmam
os executivos.
Meirelles diz que o modo
de produção estabelecido no
acordo, "exatamente como
costumam trabalhar nos Estados Unidos", implica uma
"diferença de cultura" em relação à prática brasileira.
No modelo dos estúdios
norte-americanos, os cineastas não são produtores (e
portanto donos) dos filmes
que dirigem, mas sim trabalham como contratados e cedem os direitos de propriedade aos estúdios. A Universal também pretende ser
produtora exclusiva de seus
filmes no Brasil. "Com o
tempo, quero fazê-los mudar
de idéia e estabelecer parcerias, como costumamos fazer
no Brasil, e acho importante,
por exemplo, com a TV", diz
Meirelles.
(SILVANA ARANTES)
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