São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2007

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CDs

Instrumental
Travessuras
MAURICIO EINHORN
Gravadora:
Delira; Quanto: R$ 27, em média;
Avaliação: ótimo
Co-autor de clássicos da bossa nova ("Estamos Aí" e "Batida Diferente", com Durval Ferreira), o gaitista carioca também é admirado nos meios do jazz como referência nesse instrumento. Sua pequena discografia acaba de ganhar um item precioso. Acompanhado por alguns dos melhores instrumentistas do Rio, ele exibe 12 composições com diversos parceiros, contando também com o piano e seis inspirados arranjos de César Camargo Mariano. Temas como "São Conrado", "Te Olhei" e "Ao Amor" servem de veículos para o lirismo do gaitista, que se diverte citando trechos de seus sucessos no improviso do samba-jazz "Conexões".
POR QUE OUVIR: Em plena forma, aos 75, Mauricio Einhorn demonstra que a maturidade só enriqueceu sua música. (CARLOS CALADO)

Eletrônico
We Are the Night
CHEMICAL BROTHERS
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 30;
Avaliação: bom
Hoje a música eletrônica não é mais sinônimo de juventude ou grandes revoluções: é um gênero assimilado, com uma longa história pregressa. Isso dá enorme liberdade aos veteranos do Chemical Brothers, que se aproximam ainda mais de sua real influência: a psicodelia dos anos 60. Em seu sexto álbum, a dupla vai intercalando o passado e o presente da eletrônica; sucessos certos de pistas de dança e ótimas faixas viajandonas.
POR QUE OUVIR: A excepcional "All Rights Reversed" pega a new rave do Klaxons, enquanto a minimalista "Saturate" remete à microhouse do selo alemão Kompakt, e "The Salmon Dance", com letra engraçadinha sobre uma tal de "dança do salmão", é rap das antigas e lembra tanto o próprio Chemical Brothers "clássico" de "Block Rockin" Beats" quanto Afrika Bambaataa. (BRUNO YUTAKA SAITO)

MPB
Olivia Byington
OLIVIA BYINGTON
Gravadora:
Biscoito Fino; Quanto: R$ 33, em média;
Avaliação: bom
Em CD que, significativamente, leva seu nome, Olivia Byington reencontra seu lado compositora após 20 anos. A safra de nove parcerias com o poeta português Tiago Torres da Silva tem um ponto baixo -a forçada homenagem a compositores brasileiros em "Por Dentro das Canções"-, mas predominam os altos, como "Areias do Leblon", que permite à cantora exibir seus recursos, "Mãe Quelé", reverência cheia de assimetrias a Clementina de Jesus (com Maria Bethânia), e o fado "O Mar É Minha Hora". As três faixas com outros parceiros também encantam, incluindo regravação de "Clarão" (letra de Cacaso). Os arranjos de Leandro Braga e Pedro Jóia são ótimos.
POR QUE OUVIR: Como Byington diz, não são músicas "muito fáceis de cantarolar", mas é prazeroso ouvi-las. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Trilha sonora
Treze Homens e um Novo Segredo
DAVID HOLMES
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 35;
Avaliação: bom
No cinema, a série de Steven Soderbergh é puro brinquedo de marmanjos: um bando de homens de ternos bem-cortados às voltas com engenhocas e truques mirabolantes. Na música, a idéia é refletir essa atmosfera cool até a medula de refinamento, tarefa que o compositor e DJ irlandês David Holmes desempenha com desenvoltura. Desta vez, a ação é em Las Vegas, mas a sonoridade reúne o puro funk vibrante que lembra a América black dos anos 70, a psicodelia britânica dos anos 60, de sintetizadores Moog (em "Caravan/Puccio Roelens") e grooves diversos, sem em nenhum momento cair numa modernidade retrô forçada. E, influência máxima, Frank Sinatra dá as caras em "This Town".
POR QUE OUVIR: As trilhas da série têm vida própria, frutos do bom garimpador e compositor que é David Holmes. (BYS)

Heavy metal
On Parole
MOTÖRHEAD
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 16, em média
Avaliação: regular
Eis que chega ao Brasil, não sem atraso (foi lançado como CD no exterior em 1997), o primeiro álbum gravado pelos britânicos do Motörhead, liderados pela figuraça Lemmy Kilmister, um dos baixistas mais cultuados do rock. Registrado entre 1975 e 1976, "On Parole" seria arquivado pela gravadora e só seria lançado três anos mais tarde, depois de a banda estabelecer sua reputação com "Overkill" e "Bomber". Aqui, a banda ainda está longe da agressividade que a celebrizaria como a que toca mais alto no já ensurdecedor mundo do metal, mas tem seus bons momentos no velho rock n'roll setentista e quatro versões alternativas somando-se às nove faixas.
POR QUE OUVIR: As clássicas "Motörhead" e "Leaving Here" (mais tarde gravada pelo Pearl Jam) valem o álbum.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)

Pop
Rossa Nova
ROSSA NOVA
Gravadora:
Circuito Musical; Quanto: R$ 18
Avaliação: regular
Fã da tradicional moda de viola, o jovem trio formado por Juka, Bezão e Xamã segue os ensinamentos de Zé Rodrix (convidado do álbum, na faixa "Meus Caminhos") e grava seus "rocks rurais", ainda que com uma levada muito mais pop, algumas vezes quase resvalando no temível sertanejo romântico de Leonardo, Daniel, Chitãozinho e afins. O disco, homônimo da banda, é irregular, mas tem algumas belas melodias e canções bem resolvidas que podem indicar um bom futuro para o grupo. E, em sintonia com o estilo rural e o atual clima ecologicamente correto, o CD vem com sementes de ipê para serem plantadas. POR QUE OUVIR: A ótima "Zé Catabosta" é a melhor síntese da idéia de modernizar a música caipira (e com uma boa letra). "Plantou" também se destaca. (MAC)


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