São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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Mostra junta as partes de Zé Celso

Fundador do Oficina tem história contada em 12 espaços cenográficos, um deles proibido para menores

JOSÉ ORENSTEIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com retratos, vídeos, músicas e manuscritos, a mostra "Ocupação", a partir de quarta, no Itaú Cultural, revela as muitas faces do irrequieto José Celso Martinez Corrêa, 72.
A exposição, que se estrutura em 12 espaços cenográficos, tenta juntar as peças do quebra-cabeça da história de Zé Celso, que se confunde com a do Teatro Oficina e a do próprio teatro brasileiro.
"É para você viajar. A exposição não é linear, não é didática -o Zé não é nada didático", afirma Marcelo Drummond, curador da mostra e companheiro do ator e diretor desde 1986. Drummond e a videomaker Elaine Cesar, também curadora, vasculharam e organizaram o vasto arquivo do Oficina, grupo que Zé Celso fundou em 1958, quando era estudante de direito, em São Paulo.
Da primeira peça que escreveu, "Vento Forte para Papagaio Subir" (1958), passando pelos clássicos "Pequenos Burgueses" (1963) e o "Rei da Vela" (1967), que marcaram época, momentos importantes da vida de Zé Celso são lembrados ao longo dos espaços cenográficos, que, segundo os curadores, são inspirados nas instalações penetráveis de Hélio Oiticica.
Num desses espaços, TVs antigas exibem vídeos raros da década de 80, quando o Oficina e Zé Celso -que voltava do exílio- eram dados como "mortos" por boa parte da imprensa.
Uma sala espelhada e acolchoada -proibida para menores de 18 anos- mostra cenas eróticas de várias das peças do Oficina. Lá perto, um canteiro de terra ornado com motivos religiosos evoca a montagem de "Os Sertões", recente jornada teatral do grupo.
"Ninguém consegue acessar o Zé Celso inteiro", afirma Drummond. Essa mostra, ao menos, revela algumas de suas partes (íntimas e públicas).


OCUPAÇÃO - ZÉ CELSO
Quando: abertura para o público nesta quarta; de ter. a sex., 10h às 21h; sáb., dom. e feriado, 10h às 19h. Até 6/9 (classificação livre)
Onde: Itaú Cultural (av. Paulista, 149, tel. 0/xx/11/2168-1777)
Quanto: entrada franca




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