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Mostra junta as partes de Zé Celso
Fundador do Oficina tem história contada em 12 espaços cenográficos, um deles proibido para menores
JOSÉ ORENSTEIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com retratos, vídeos, músicas e manuscritos, a mostra
"Ocupação", a partir de quarta,
no Itaú Cultural, revela as muitas faces do irrequieto José Celso Martinez Corrêa, 72.
A exposição, que se estrutura
em 12 espaços cenográficos,
tenta juntar as peças do quebra-cabeça da história de Zé
Celso, que se confunde com a
do Teatro Oficina e a do próprio
teatro brasileiro.
"É para você viajar. A exposição não é linear, não é didática
-o Zé não é nada didático",
afirma Marcelo Drummond,
curador da mostra e companheiro do ator e diretor desde
1986. Drummond e a videomaker Elaine Cesar, também curadora, vasculharam e organizaram o vasto arquivo do Oficina, grupo que Zé Celso fundou
em 1958, quando era estudante
de direito, em São Paulo.
Da primeira peça que escreveu, "Vento Forte para Papagaio Subir" (1958), passando
pelos clássicos "Pequenos Burgueses" (1963) e o "Rei da Vela"
(1967), que marcaram época,
momentos importantes da vida
de Zé Celso são lembrados ao
longo dos espaços cenográficos, que, segundo os curadores,
são inspirados nas instalações
penetráveis de Hélio Oiticica.
Num desses espaços, TVs antigas exibem vídeos raros da
década de 80, quando o Oficina
e Zé Celso -que voltava do exílio- eram dados como "mortos" por boa parte da imprensa.
Uma sala espelhada e acolchoada -proibida para menores de 18 anos- mostra cenas
eróticas de várias das peças do
Oficina. Lá perto, um canteiro
de terra ornado com motivos
religiosos evoca a montagem de
"Os Sertões", recente jornada
teatral do grupo.
"Ninguém consegue acessar
o Zé Celso inteiro", afirma
Drummond. Essa mostra, ao
menos, revela algumas de suas
partes (íntimas e públicas).
OCUPAÇÃO - ZÉ CELSO
Quando: abertura para o público
nesta quarta; de ter. a sex., 10h às
21h; sáb., dom. e feriado, 10h às
19h. Até 6/9 (classificação livre)
Onde: Itaú Cultural (av. Paulista,
149, tel. 0/xx/11/2168-1777)
Quanto: entrada franca
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