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FILMES
Lara Croft: Tomb Raider
SBT, 22h30.
EUA, 2001. Direção: Simon West. Com
Angelina Jolie, Jon Voight. Versão
cinematográfica do famoso videogame.
Aqui, ela descobre a existência de um
objeto cujas duas metades estão
escondidas em lados opostos do planeta.
Se reunida, a peça tem o poder de alterar
o tempo. A Indiana Jones de saias vai
tentar impedir que uma maléfica
sociedade se apodere deste brinquedo.
Inferno na Torre
SBT, 3h05.
(Towering Inferno). EUA, 1974, 158 min.
Direção: John Guillermin. Com Steve
McQueen, Paul Newman. Arranha-céu
babélico pega fogo logo no dia da sua
inauguração, com pilhas de gente
importante dentro. Exemplo típico do
filme-catástrofe, com idéias muito
singelas. Inicialmente programado para
quarta-feira, o canal volta a prometer o
filme para hoje.
(IA)
Fim da cultura literária
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não dá para contar o final
de "Mulheres Diabólicas"
(Eurochannel, 22h). Digamos que a história trata de
uma família rica, de sua empregada doméstica e da
funcionária dos correios e
telégrafos que instiga na outra o espírito de revolta contra o patronato.
Ora, o que Claude Chabrol, notável autor deste filme, enfatiza é que a revolta
da empregada tem uma relação íntima com seu analfabetismo. A família burguesa que a emprega notabiliza-se não por suas posses, mas por seus hábitos
culturais, incompreensíveis
à mulher, que só vê TV.
O final é assombroso, de
fato. Mais do que isso, Chabrol reflete ali sobre a agonia da cultura literária.
Isso na França. Pode-se
imaginar desde já como isso se dá aqui, onde a cultura
das letras nem mesmo se estabeleceu direito.
MÚSICA
Nando Reis dilui criação em "MTV ao Vivo"
DA REPORTAGEM LOCAL
É vez de Nando Reis no projeto "MTV ao Vivo", que estende o revisionismo do final do século 20 ao quarto ano do novo século. Não falta história para revisar, pois o cantor, compositor e
músico paulista tem mais de 20
anos acumulados desde os Titãs e,
em carreira solo, não havia ainda
chegado ao formato "ao vivo",
que rende, além do falido CD,
DVD e veiculação televisiva.
O caso, para ele, é de prós e contras. A musicalidade coesa encorpada pela banda Os Infernais
(agora creditada em capa) age em
favor de boa fase do artista. A vitalidade dos shows mais recentes se
retransmite na captação da MTV,
excêntrica até por ter sido feita em
Porto Alegre (RS), fora do eixão.
O tropeço mora no fato de este
"MTV ao Vivo" vir suceder o CD
"A Letra A" (2003), momento de
máxima concentração da criatividade artística de Nando, em música & letra. O mais ousado cede
lugar ao mais conservador e defensivo, sem maiores cerimônias.
A indústria e o comércio precisam sobreviver, e sobrevivem à
custa da própria putrefação.
O showmício pop-rock de Nando Reis navega entre os dois pólos, confinando os bons tempos
de Titãs a poucas faixas ("Marvin", "Não Vou me Adaptar"),
procurando preservar "A Letra
A", rememorando momentos
fortes tipo "O Segundo Sol" (que
o já rememorativo CD "Infernal"
já rememorava em 2001).
Quatro faixas inéditas -"Mantra", "Por Onde Andei", "Quase
que 18", "Pomar"- procuram
relativizar a impressão de paralisia criadora que passam os projetos "ao vivo". Mas acabam por
soar como desperdício, diluindo
um auge produtivo do compositor em caldo retrô.
Como DVD e especial de TV, o
"MTV ao Vivo" de Nando é útil e
desejável para qualquer fã de música. Como peça em sua discografia, acelera o processo de falência
do CD. Mais adiante, pagaremos
todos por seu preço. Ou melhor,
já estamos pagando.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
MTV AO VIVO. Com Nando Reis & Os
Infernais. Quando: hoje, às 21h, na MTV.
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