São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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FILMES

Lara Croft: Tomb Raider
SBT, 22h30.
  
EUA, 2001. Direção: Simon West. Com Angelina Jolie, Jon Voight. Versão cinematográfica do famoso videogame. Aqui, ela descobre a existência de um objeto cujas duas metades estão escondidas em lados opostos do planeta. Se reunida, a peça tem o poder de alterar o tempo. A Indiana Jones de saias vai tentar impedir que uma maléfica sociedade se apodere deste brinquedo.

Inferno na Torre
SBT, 3h05.
 
(Towering Inferno). EUA, 1974, 158 min. Direção: John Guillermin. Com Steve McQueen, Paul Newman. Arranha-céu babélico pega fogo logo no dia da sua inauguração, com pilhas de gente importante dentro. Exemplo típico do filme-catástrofe, com idéias muito singelas. Inicialmente programado para quarta-feira, o canal volta a prometer o filme para hoje. (IA)

Fim da cultura literária

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não dá para contar o final de "Mulheres Diabólicas" (Eurochannel, 22h). Digamos que a história trata de uma família rica, de sua empregada doméstica e da funcionária dos correios e telégrafos que instiga na outra o espírito de revolta contra o patronato.
Ora, o que Claude Chabrol, notável autor deste filme, enfatiza é que a revolta da empregada tem uma relação íntima com seu analfabetismo. A família burguesa que a emprega notabiliza-se não por suas posses, mas por seus hábitos culturais, incompreensíveis à mulher, que só vê TV.
O final é assombroso, de fato. Mais do que isso, Chabrol reflete ali sobre a agonia da cultura literária.
Isso na França. Pode-se imaginar desde já como isso se dá aqui, onde a cultura das letras nem mesmo se estabeleceu direito.

MÚSICA

Nando Reis dilui criação em "MTV ao Vivo"

DA REPORTAGEM LOCAL

É vez de Nando Reis no projeto "MTV ao Vivo", que estende o revisionismo do final do século 20 ao quarto ano do novo século. Não falta história para revisar, pois o cantor, compositor e músico paulista tem mais de 20 anos acumulados desde os Titãs e, em carreira solo, não havia ainda chegado ao formato "ao vivo", que rende, além do falido CD, DVD e veiculação televisiva.
O caso, para ele, é de prós e contras. A musicalidade coesa encorpada pela banda Os Infernais (agora creditada em capa) age em favor de boa fase do artista. A vitalidade dos shows mais recentes se retransmite na captação da MTV, excêntrica até por ter sido feita em Porto Alegre (RS), fora do eixão.
O tropeço mora no fato de este "MTV ao Vivo" vir suceder o CD "A Letra A" (2003), momento de máxima concentração da criatividade artística de Nando, em música & letra. O mais ousado cede lugar ao mais conservador e defensivo, sem maiores cerimônias. A indústria e o comércio precisam sobreviver, e sobrevivem à custa da própria putrefação.
O showmício pop-rock de Nando Reis navega entre os dois pólos, confinando os bons tempos de Titãs a poucas faixas ("Marvin", "Não Vou me Adaptar"), procurando preservar "A Letra A", rememorando momentos fortes tipo "O Segundo Sol" (que o já rememorativo CD "Infernal" já rememorava em 2001).
Quatro faixas inéditas -"Mantra", "Por Onde Andei", "Quase que 18", "Pomar"- procuram relativizar a impressão de paralisia criadora que passam os projetos "ao vivo". Mas acabam por soar como desperdício, diluindo um auge produtivo do compositor em caldo retrô.
Como DVD e especial de TV, o "MTV ao Vivo" de Nando é útil e desejável para qualquer fã de música. Como peça em sua discografia, acelera o processo de falência do CD. Mais adiante, pagaremos todos por seu preço. Ou melhor, já estamos pagando.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


MTV AO VIVO. Com Nando Reis & Os Infernais. Quando: hoje, às 21h, na MTV.


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