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Candidato-ator defende legalização da maconha e casamento entre gays
DA REPORTAGEM LOCAL
Gianecchini topou se imaginar candidato a presidente e
encarar questões palpitantes.
Faria plebiscito para decidir sobre o aborto, legalizaria a maconha e o casamento entre homossexuais. Leia abaixo.
(LM)
FOLHA - Você é um candidato de
esquerda, centro ou direita?
GIANECCHINI - [pausa] Acho que
eu seria de esquerda.
FOLHA - Vai legalizar o aborto?
GIANECCHINI - Ai, meu Deus, tão
difícil... Não tenho opinião formada. Ia propor um plebiscito.
Isso precisa ser questionado, já
que muita gente morre em
aborto feito clandestinamente.
FOLHA - É a favor do casamento, da
união civil entre homossexuais?
GIANECCHINI - Sou totalmente a
favor. Não entendo como o sexo é posto tão em primeiro plano, como as pessoas julgam as
outras pelo que elas estão fazendo entre quatro paredes.
Para mim, não interessa com
quem a pessoa está transando,
com homem, mulher, cachorro.
FOLHA - Legalização da maconha?
GIANECCHINI - [pausa] Eu sou a
favor. Acho que o álcool tem
um efeito muito mais devastador do que a maconha, é muito
mais perigoso. Na verdade existe uma lenda dessa coisa de ser
maconheiro. Por que não existe
isso em relação à bebida? Até o
cigarro normal é mais grave do
que um cigarrinho de maconha.
FOLHA - Baixar música em sites de
troca de arquivo e gravar no Ipod será crime no seu governo?
GIANECCHINI - [pausa] Caramba,
que difícil [pausa]. Ai, não sei. A
princípio, acho que não. Acho
horrível a pirataria, mas [pausa]... Estamos caminhando para outra coisa no futuro. Acho
isso diferente de vender filme
no camelô. É a evolução de um
novo tempo.
FOLHA - Vai manter Gilberto Gil no
Ministério da Cultura?
GIANECCHINI - [risos, pausa] Ai,
ai, meu Deus [pausa]. Acho que
sim. Talvez jogando melhor
com o novo governo, com uma
mão um pouco mais firme.
FOLHA - Em que áreas iria puxar a
orelha dele para mantê-lo no cargo?
GIANECCHINI - Nessa questão do
incentivo. Se essa lei não for totalmente reformulada... É tão
difícil hoje fazer qualquer peça
sem patrocínio, sem apoio.
FOLHA - Manterá a meia-entrada?
GIANECCHINI - Sou totalmente a
favor da meia-entrada porque
teatro é caro para quem paga.
Mas é barato para quem faz. O
governo deveria se responsabilizar e não deixar nas costas dos
atores, produtores. Paga-se
meia a advogado, dentista? Por
que só para os atores? É muito
difícil fazer teatro no Brasil.
FOLHA - Qual a primeira lei que
gostaria de sancionar?
GIANECCHINI - [pausa] Ah, ia puxar a sardinha para a minha
área. A lei de incentivo [à cultura] é uma bagunça. Está tão difícil para o teatro. Iria priorizar
a cultura e a educação. Ouvi o
presidente [Lula] dizer: "Temos mais comida hoje em dia".
Está errado. Dando educação e
cultura à população automaticamente haverá mais comida.
FOLHA - Se eleito, dará sua primeira
entrevista para o "Jornal Nacional"?
GIANECCHINI - [risos] Realmente
é uma prova de que as coisas estão indo bem para o seu lado.
"JN" ou "Fantástico" são de
grande tradição. Tomara!
FOLHA - Pensei que a primeira seria
para [sua mulher] Marília Gabriela...
GIANECCHINI - Ai, não sei. Adorei
as duas vezes em que fui entrevistado por ela, mas sempre é
difícil. Sua mulher te entrevistando é uma exposição [risos].
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