São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2006

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Candidato-ator defende legalização da maconha e casamento entre gays

DA REPORTAGEM LOCAL

Gianecchini topou se imaginar candidato a presidente e encarar questões palpitantes. Faria plebiscito para decidir sobre o aborto, legalizaria a maconha e o casamento entre homossexuais. Leia abaixo. (LM)  

FOLHA - Você é um candidato de esquerda, centro ou direita?
GIANECCHINI
- [pausa] Acho que eu seria de esquerda.

FOLHA - Vai legalizar o aborto?
GIANECCHINI
- Ai, meu Deus, tão difícil... Não tenho opinião formada. Ia propor um plebiscito. Isso precisa ser questionado, já que muita gente morre em aborto feito clandestinamente.

FOLHA - É a favor do casamento, da união civil entre homossexuais?
GIANECCHINI
- Sou totalmente a favor. Não entendo como o sexo é posto tão em primeiro plano, como as pessoas julgam as outras pelo que elas estão fazendo entre quatro paredes. Para mim, não interessa com quem a pessoa está transando, com homem, mulher, cachorro.

FOLHA - Legalização da maconha?
GIANECCHINI
- [pausa] Eu sou a favor. Acho que o álcool tem um efeito muito mais devastador do que a maconha, é muito mais perigoso. Na verdade existe uma lenda dessa coisa de ser maconheiro. Por que não existe isso em relação à bebida? Até o cigarro normal é mais grave do que um cigarrinho de maconha.

FOLHA - Baixar música em sites de troca de arquivo e gravar no Ipod será crime no seu governo?
GIANECCHINI
- [pausa] Caramba, que difícil [pausa]. Ai, não sei. A princípio, acho que não. Acho horrível a pirataria, mas [pausa]... Estamos caminhando para outra coisa no futuro. Acho isso diferente de vender filme no camelô. É a evolução de um novo tempo.

FOLHA - Vai manter Gilberto Gil no Ministério da Cultura?
GIANECCHINI
- [risos, pausa] Ai, ai, meu Deus [pausa]. Acho que sim. Talvez jogando melhor com o novo governo, com uma mão um pouco mais firme.

FOLHA - Em que áreas iria puxar a orelha dele para mantê-lo no cargo?
GIANECCHINI
- Nessa questão do incentivo. Se essa lei não for totalmente reformulada... É tão difícil hoje fazer qualquer peça sem patrocínio, sem apoio.

FOLHA - Manterá a meia-entrada?
GIANECCHINI
- Sou totalmente a favor da meia-entrada porque teatro é caro para quem paga. Mas é barato para quem faz. O governo deveria se responsabilizar e não deixar nas costas dos atores, produtores. Paga-se meia a advogado, dentista? Por que só para os atores? É muito difícil fazer teatro no Brasil.

FOLHA - Qual a primeira lei que gostaria de sancionar?
GIANECCHINI
- [pausa] Ah, ia puxar a sardinha para a minha área. A lei de incentivo [à cultura] é uma bagunça. Está tão difícil para o teatro. Iria priorizar a cultura e a educação. Ouvi o presidente [Lula] dizer: "Temos mais comida hoje em dia". Está errado. Dando educação e cultura à população automaticamente haverá mais comida.

FOLHA - Se eleito, dará sua primeira entrevista para o "Jornal Nacional"?
GIANECCHINI
- [risos] Realmente é uma prova de que as coisas estão indo bem para o seu lado. "JN" ou "Fantástico" são de grande tradição. Tomara!

FOLHA - Pensei que a primeira seria para [sua mulher] Marília Gabriela...
GIANECCHINI
- Ai, não sei. Adorei as duas vezes em que fui entrevistado por ela, mas sempre é difícil. Sua mulher te entrevistando é uma exposição [risos].


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