São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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Cambistas vendem pulseiras exclusivas da produção, e escadas viram assento

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

A escassez de ingressos (foram vendidos 506, de um total de 806 lugares) para o show de Roberto Carlos e Caetano Veloso no Auditório Ibirapuera, anteontem, não inibiu a ação dos cambistas -sem as entradas, eles venderam pulseiras de uso exclusivo da produção do show, que davam acesso à sala, mas sem assento garantido.
A Folha acompanhou duas negociações de venda de pulseiras (de cor prata, com o logotipo do Auditório Ibirapuera), feitas do lado de fora do auditório. Os compradores foram um casal e uma senhora, que não quiseram se identificar nem dizer quanto pagaram.
Eles tentaram pagar com cheque, mas o cambista -que também usava uma pulseira e entrou no auditório sem problemas- só aceitou dinheiro.
Segundo Paulo Moinhos, coordenador do auditório, a organização foi informada na hora sobre a ação dos cambistas, mas não os localizou.
"Até comentaram isso ontem [anteontem], averiguamos e não vimos ninguém vendendo." Moinhos diz que não sabe como a venda de pulseiras pode ter acontecido.
"As pulseiras estavam contadas. Recebemos uma lista da produção com nome, RG e função das pessoas que vão trabalhar, fazemos uma contagem e mandamos um lote com esse número de pulseiras. Quando alguém falta ou há troca de profissionais, isso é previamente comunicado."

Na escada
Dentro da sala de show, a Folha contou pelo menos dez pessoas assistindo à apresentação sentadas nas escadas de acesso -um casal jovem, com pulseiras da produção, disse que ganhou as mesmas de um amigo que trabalhava no show.
Havia também bastante gente em pé, na parede superior -aí incluindo imprensa (a Rede Globo registrou o show, para um especial de fim de ano), recepcionistas e assessores.
O clima na platéia era alegre, mas, apesar das muitas palmas em momentos-chave como "Eu Sei que Vou te Amar", o público foi menos empolgado do que o do Rio -só no segundo bis, com a repetição de "Chega de Saudade", ouviu-se a voz do público, após pedido de Caetano.


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