São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2011 |
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VISÃO PALESTINA Sand indica o caminho da paz na região Ensaio revê como o mito sionista justificou a ocupação da Palestina ABDEL LATIF HASAN ESPECIAL PARA A FOLHA Shlomo Sand derruba os principais mitos israelenses. Na historiografia oficial, os judeus, após saírem do Egito, ocuparam a Palestina, construíram Estados, sendo o mais importante o reino de Davi e Salomão, foram expulsos da terra várias vezes, e a última expulsão se deu após a destruição do templo, em 70 d.C. Vagaram por 2.000 anos até retornar à terra prometida e criar seu Estado na Palestina, em 1948. Sand demonstra que essa narrativa é fantasiosa, falsa, contrária à história. Os atuais judeus não são descendentes dos antigos hebreus ou israelitas, que viviam na Palestina. Descendem de povos que se converteram ao judaísmo, bem longe da Palestina. Destaca o reino de Himyar, no Iêmen, que se converteu ao judaísmo em 378 d.C. O mesmo ocorreu com os berberes do norte da África. A evidência linguística indica que os judeus sefarditas descendem de árabes, berberes e europeus convertidos. Os judeus askhenazi (ocidentais) descendem dos kházaros, eslavos que habitavam o território ao longo dos rios Volga e Don (Rússia e Ucrânia) e migraram para a Polônia e territórios vizinhos, dando origem às numerosas comunidades judaicas. É mito o êxodo dos judeus após a destruição do templo. Roma não expulsou os judeus de Jerusalém ou da Palestina. Não há menção de deportação na extensa documentação dos romanos, minuciosos. Roma nunca deportou povos inteiros. Na época do alegado exílio, havia muito mais judeus fora da Palestina que dentro. As comunidades judaicas da Mesopotâmia, do Egito (Alexandria) e do norte da África eram mais numerosas que a comunidade na Palestina. Para os sionistas, era imperioso um exílio forçado, para se aceitar a "história orgânica do povo judeu". É lenda a saída dos judeus do Egito e a conquista da Palestina. Nada há de dados científicos, históricos ou arqueológicos sobre o reino de Davi e Salomão. Transformaram o Velho Testamento, teologia, em livro de história. No final do século 19, inventaram um povo e forjaram sua "história", negando fatos históricos e transformando mitos em falsas verdades, para justificar a ocupação da Palestina e expulsar seu povo. Isso resultou na criação de entidade anômala: Israel se define como Estado judeu democrático, o que é falso, pois quem discrimina 25% de sua população (não judeus) não é democrático. Sand indica o rumo da reconciliação e paz na região: rever os mitos de Israel e a ideologia sionista, a exclusividade "racial" e falsidade histórica. ABDEL LATIF HASAN, palestino naturalizado brasileiro, é médico e conselheiro da Federação das Entidades Palestinas A INVENÇÃO DO POVO JUDEU AVALIAÇÃO ótimo Texto Anterior: Visão judaica: Obra é panfleto acadêmico com proposta radical Próximo Texto: Autor diz que Brasil pode ajudar na criação de Estado palestino Índice | Comunicar Erros |
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