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ILUSTRADA
Trabalho do cubano-americano Jorge Pardo é vandalizado na abertura da mostra, que teve 20 mil visitantes
26ª Bienal começa com pichação e atraso
GUSTAVO FIORATTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A abertura da 26ª Bienal Internacional de São Paulo foi marcada por um "não". A palavra foi pichada com tinta negra no interior
de uma das obras de arte expostas
na mostra do parque Ibirapuera,
aberta ao público ontem.
O trabalho vandalizado foi uma
instalação de Jorge Pardo, 41, cubano radicado nos Estados Unidos. A obra, um ambiente criado
por compensados de madeira que
se assemelha a uma cabana, localizada no terceiro piso da Bienal,
teve uma parede interna grafitada
com o "não" em letra de forma.
O serviço de segurança da exposição percebeu a pichação por
volta das 17h, mas não conseguiu
localizar o responsável.
Procurada pela Folha, a organização da Bienal não se pronunciou sobre o episódio até o fechamento desta edição, e até as 20h a
obra não havia sido interditada e
o "não" continuava estampado
dentro da "cabana".
Não foi o único incidente no
primeiro dia da 26ª edição da exposição mais importante do país.
As portas da Bienal deveriam
ser abertas às 9h da manhã, mas o
público só pode entrar no prédio
às 10h. Manoel Pires da Costa,
presidente da Fundação Bienal,
disse à Folha que tomou a decisão
de adiar a inauguração para que
os visitantes ouvissem, fora do
prédio, a performance da Banda
Sinfônica do Exército.
"Temos que esperar a banda tocar porque eu quero que seja assim", disse Pires da Costa.
Muitos dos visitantes que chegaram por volta das 9h protestaram. "Nós viemos do Rio para o
evento e chegamos a ligar do nosso hotel para confirmar o horário
da abertura", disse a publicitária
Rosane Fragose Maciel. Enquanto
ouvia os protestos, Pires da Costa,
ao lado do curador da exposição,
Alfons Hug, permanecia aflito, à
espera do maestro Benito Juarez.
Uma fila de mais de cem metros
se formou na entrada do prédio.
Os visitantes só puderam entrar
por volta das 10h, após a execução
do Hino Nacional Brasileiro. Poucos ficaram para apreciar o resto
do concerto.
Pichações e atrasos iniciais à
parte, o primeiro dia da 26ª Bienal
foi tranqüilo, mesmo com a boa
presença de público. Funcionando com entrada franca pela primeira vez em muitos anos, a mostra, que segue em cartaz até 19 dezembro, teve 20.400 visitantes até
as 18h30 de ontem, de acordo com
a organização da Bienal.
26ª BIENAL DE SÃO PAULO. Onde:
Fundação Bienal (av. Pedro Álvares
Cabral, s/nº, portão 3, parque Ibirapuera,
tel. 0/xx/11/5574-5922). Seg. a qui.: 9h
às 22h. Sex. a dom.: 9h às 23h. Até 19/12.
Quanto: entrada franca.
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