São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2004

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ILUSTRADA

Trabalho do cubano-americano Jorge Pardo é vandalizado na abertura da mostra, que teve 20 mil visitantes

26ª Bienal começa com pichação e atraso

GUSTAVO FIORATTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A abertura da 26ª Bienal Internacional de São Paulo foi marcada por um "não". A palavra foi pichada com tinta negra no interior de uma das obras de arte expostas na mostra do parque Ibirapuera, aberta ao público ontem.
O trabalho vandalizado foi uma instalação de Jorge Pardo, 41, cubano radicado nos Estados Unidos. A obra, um ambiente criado por compensados de madeira que se assemelha a uma cabana, localizada no terceiro piso da Bienal, teve uma parede interna grafitada com o "não" em letra de forma.
O serviço de segurança da exposição percebeu a pichação por volta das 17h, mas não conseguiu localizar o responsável.
Procurada pela Folha, a organização da Bienal não se pronunciou sobre o episódio até o fechamento desta edição, e até as 20h a obra não havia sido interditada e o "não" continuava estampado dentro da "cabana".
Não foi o único incidente no primeiro dia da 26ª edição da exposição mais importante do país.
As portas da Bienal deveriam ser abertas às 9h da manhã, mas o público só pode entrar no prédio às 10h. Manoel Pires da Costa, presidente da Fundação Bienal, disse à Folha que tomou a decisão de adiar a inauguração para que os visitantes ouvissem, fora do prédio, a performance da Banda Sinfônica do Exército.
"Temos que esperar a banda tocar porque eu quero que seja assim", disse Pires da Costa.
Muitos dos visitantes que chegaram por volta das 9h protestaram. "Nós viemos do Rio para o evento e chegamos a ligar do nosso hotel para confirmar o horário da abertura", disse a publicitária Rosane Fragose Maciel. Enquanto ouvia os protestos, Pires da Costa, ao lado do curador da exposição, Alfons Hug, permanecia aflito, à espera do maestro Benito Juarez.
Uma fila de mais de cem metros se formou na entrada do prédio. Os visitantes só puderam entrar por volta das 10h, após a execução do Hino Nacional Brasileiro. Poucos ficaram para apreciar o resto do concerto.
Pichações e atrasos iniciais à parte, o primeiro dia da 26ª Bienal foi tranqüilo, mesmo com a boa presença de público. Funcionando com entrada franca pela primeira vez em muitos anos, a mostra, que segue em cartaz até 19 dezembro, teve 20.400 visitantes até as 18h30 de ontem, de acordo com a organização da Bienal.


26ª BIENAL DE SÃO PAULO. Onde: Fundação Bienal (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, parque Ibirapuera, tel. 0/xx/11/5574-5922). Seg. a qui.: 9h às 22h. Sex. a dom.: 9h às 23h. Até 19/12. Quanto: entrada franca.


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