CRISTINA FIBE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Casa Cor, evento que reúne os principais decoradores do país, abre as portas para o público na quinta-feira, no Morumbi (zona sul de São Paulo). A organização espera receber apenas 65 mil visitantes -contra 103 mil do ano passado, quando aconteceu na Bela Vista (centro). "Em 2003, fizemos o evento ao lado do metrô. Desta vez, o acesso é mais difícil", diz o diretor, Roberto Dimberio.
Neste ano, na 18ª edição, o objetivo é simular a casa de uma família com cinco filhos e "que receba muitas visitas". O resultado são 85 ambientes em 1.400 m2, idealizados por 108 profissionais. Por "família com cinco filhos" entenda-se família que precisa de spa, sala de cinema, jardim de inverno, louceiro e casa dos doces, tudo organizado segundo o feng shui.
Depois de enfrentar divergências com a vizinhança e com a Justiça, adiar em quatro meses o evento e conseguir os alvarás necessários, a exposição foi erguida em uma zona residencial, com entrada pela marginal Pinheiros.
O adiamento e a insegurança gerada pelas ameaças de ter as obras paralisadas pela Justiça -o que aconteceu em abril- abalaram a confiança de quem trabalhou no evento. Segundo a arquiteta Luciana Moreno, responsável pela "sala Design Tropical da Amazônia", os problemas "dificultaram muito as negociações com os fornecedores, que não acreditavam no projeto".
Para o arquiteto João Armentano, que construiu o "spa de casa" e a "praça Casa Cor", o lado bom foi o tempo a mais para o planejamento. Ele reconhece que seu spa, com direito a espelho-d'água, não está ao alcance nem da classe B, como a maioria dos ambientes. "Meu plano para o ano que vem é um projeto acessível para qualquer público."