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Dave Holland leva seu quinteto ao Ibirapuera
Depois de apresentação em festival de Ouro Preto, músico
britânico toca de sexta a domingo no auditório paulistano
Uma das características do grupo é a combinação de
longos improvisos com uma linguagem jazzística mais
acessível para os ouvintes
CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A OURO PRETO
O público de São Paulo também terá a chance de ouvir uma
das atrações mais aplaudidas
do 5º Festival Tudo É Jazz, encerrado no último domingo, em
Ouro Preto (MG). Em uma exibição que impressionou pela
coesão de seu quinteto, o baixista e compositor Dave Holland provou ser o líder de um
dos grupos de jazz mais criativos desta década.
"Para mim, uma banda tem
tudo a ver com unidade e identidade", disse à Folha o músico
britânico, que vai se apresentar
de sexta a domingo, no auditório Ibirapuera. Seu quinteto de
"feras" inclui o trombonista
Robin Eubanks e o vibrafonista
Steve Nelson, que o acompanham há cerca de dez anos,
além do saxofonista Chris Potter e do baterista Nate Smith.
Holland diz que considera
ter muita sorte por poder trabalhar com músicos desse quilate há tanto tempo. "Todas as
bandas que eu mais admirava
quando jovem, como as de Miles Davis ou John Coltrane,
permaneceram juntas por
muito tempo. Assim, tiveram a
chance de desenvolver suas
identidades como grupos", diz
o baixista, que se revelou na
banda do trompetista Miles
Davis, no final dos anos 60.
Na apresentação de Ouro
Preto, na semana passada, Holland tocou quatro composições que fazem parte de "Critical Mass", o novo álbum de seu
quinteto. Isso não quer dizer
que vá repeti-las nos shows em
São Paulo, porque gosta de mudar o repertório a cada show.
"Isso depende do clima, do
ambiente. Até a acústica da sala
pode influenciar. Tento escolher as melhores peças, tanto
para a platéia como para os
músicos. Nossa música é construída de maneira que nos permita tocar com flexibilidade."
Improvisos
Uma das características do
Dave Holland Quintet que chamam atenção é o fato de o grupo combinar longos improvisos
com uma linguagem jazzística
moderna e bastante acessível
ao ouvinte.
"Gosto de elementos que me
estimulem intelectualmente.
Tento criar uma música que estabeleça uma comunicação direta com a platéia, mas, se você
é músico ou um ouvinte mais
sofisticado, também aprecia
uma certa complexidade."
Para Holland, a criatividade
não está ligada, necessariamente, a estilos de vanguarda.
"Talvez, daqui a 50 anos, uma
música desprezada possa ser
considerada relevante."
O jornalista CARLOS CALADO viajou a convite
da produção do festival
DAVE HOLLAND QUINTET
Quando: de sexta a domingo, às 20h30
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro
Álvares Cabral, s/nº, portão 2, Parque
Ibirapuera, São Paulo, tel. 0/xx/11/5908-4299)
Quanto: de R$ 15 a R$ 30
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