São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2006

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Dave Holland leva seu quinteto ao Ibirapuera

Depois de apresentação em festival de Ouro Preto, músico britânico toca de sexta a domingo no auditório paulistano

Uma das características do grupo é a combinação de longos improvisos com uma linguagem jazzística mais acessível para os ouvintes


CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A OURO PRETO

O público de São Paulo também terá a chance de ouvir uma das atrações mais aplaudidas do 5º Festival Tudo É Jazz, encerrado no último domingo, em Ouro Preto (MG). Em uma exibição que impressionou pela coesão de seu quinteto, o baixista e compositor Dave Holland provou ser o líder de um dos grupos de jazz mais criativos desta década.
"Para mim, uma banda tem tudo a ver com unidade e identidade", disse à Folha o músico britânico, que vai se apresentar de sexta a domingo, no auditório Ibirapuera. Seu quinteto de "feras" inclui o trombonista Robin Eubanks e o vibrafonista Steve Nelson, que o acompanham há cerca de dez anos, além do saxofonista Chris Potter e do baterista Nate Smith.
Holland diz que considera ter muita sorte por poder trabalhar com músicos desse quilate há tanto tempo. "Todas as bandas que eu mais admirava quando jovem, como as de Miles Davis ou John Coltrane, permaneceram juntas por muito tempo. Assim, tiveram a chance de desenvolver suas identidades como grupos", diz o baixista, que se revelou na banda do trompetista Miles Davis, no final dos anos 60.
Na apresentação de Ouro Preto, na semana passada, Holland tocou quatro composições que fazem parte de "Critical Mass", o novo álbum de seu quinteto. Isso não quer dizer que vá repeti-las nos shows em São Paulo, porque gosta de mudar o repertório a cada show.
"Isso depende do clima, do ambiente. Até a acústica da sala pode influenciar. Tento escolher as melhores peças, tanto para a platéia como para os músicos. Nossa música é construída de maneira que nos permita tocar com flexibilidade."

Improvisos
Uma das características do Dave Holland Quintet que chamam atenção é o fato de o grupo combinar longos improvisos com uma linguagem jazzística moderna e bastante acessível ao ouvinte.
"Gosto de elementos que me estimulem intelectualmente. Tento criar uma música que estabeleça uma comunicação direta com a platéia, mas, se você é músico ou um ouvinte mais sofisticado, também aprecia uma certa complexidade."
Para Holland, a criatividade não está ligada, necessariamente, a estilos de vanguarda. "Talvez, daqui a 50 anos, uma música desprezada possa ser considerada relevante."


O jornalista CARLOS CALADO viajou a convite da produção do festival

DAVE HOLLAND QUINTET
Quando:
de sexta a domingo, às 20h30
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2, Parque Ibirapuera, São Paulo, tel. 0/xx/11/5908-4299)
Quanto: de R$ 15 a R$ 30


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