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Análise
Festival de Ouro Preto se iguala aos europeus
DO ENVIADO A OURO PRETO
Só a atmosfera de uma cidade histórica como Ouro Preto já tornaria o Tudo É Jazz um evento especial,
mas o alto nível musical que
marcou sua quinta edição o
confirma como um festival que
não deve nada a similares na
Europa. Raros eventos têm faro
musical para escalar uma noite
de abertura com o pianista Jason Moran, com Dave Holland
e o guitarrista Kurt Rosenwinkel, além do "prata da casa" Toninho Horta.
Moran, que já tinha empolgado a platéia do Chivas Jazz,
em 2003, provou que continua
na vanguarda do gênero. Suas
composições revelam um inventivo diálogo entre as raízes
do jazz e o atonalismo "free",
sem hermetismos.
Pena que o desentendimento
entre a equipe técnica e Toninho Horta, que acabou se excedendo no palco, tenham impedido a anunciada parceria com
Rosenwinkel. Todos, inclusive
a platéia, perderam com isso.
O público vibrou muito, na
segunda noite, com o acordeonista francês Richard Galliano,
cuja parceria com o bandolinista carioca Hamilton de Holanda foi aplaudida de pé, por duas
vezes. O sax-prodígio Francesco Cafiso exibiu talento, mas
não ofuscou o primoroso show
do cantor Kurt Elling.
A última noite contou com
dois pesos-pesados nacionais: a
cantora Leny Andrade e o
trombonista Raul de Souza. Porém, para muitos, a surpresa foi
o virtuose do violão Romero
Lubambo, que forma com Nilson Matta e Duduka da Fonseca o "expatriado" Trio da Paz,
atração de hoje no Tom Jazz,
em São Paulo.
Ainda no elenco nacional, o
duo do flautista Mauro Rodrigues com o baterista Neném, o
trio do guitarrista Celso Moreira e o saxofonista Cléber Alves
mostraram que a música instrumental mineira vive uma
grande fase.
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