JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

No mundo dos vinhos finos argentinos, pode-se dizer que a adega Weinert tem um perfil peculiar. Por um lado, é talvez a única que tem um brasileiro como dono: Bernardo Weinert, um empresário gaúcho que a fundou em Mendoza em 1975.
Por outro, a casa -que não dispensa moderna tecnologia para vinificar seus goles- recusa o uso das pequenas barricas de carvalho tão comuns hoje nas vinícolas. Os tintos -o seu ponto forte- amadurecem lá abrigados em grandes e antigos tonéis (como os que se vêem em cantinas da Itália).
Por isso não esperem neles os toques de baunilha, caramelo, chocolate ou café, típicos da madeira nova. Surge no seu lugar a fruta evoluída (mas limpa) e os toques às vezes balsâmicos que só o tempo e aqueles barris podem brindar.
No último dia 18, Iduna Weinert, filha do proprietário, relançou os vinhos da firma, agora com novo importador. Precisamente dois tintos -que vale a pena conferir, especialmente regando um churrasco- se destacaram no evento. Um foi o Cabernet Sauvignon 2000, estruturado, marcado por compotas, couro e frutas secas. O outro, claro, um Malbec, safra 2003, de cor mais viva, também encorpado, mostrando no sabor toques de ameixas secas e leve especiaria (ambos 88/100, R$ 48,60, à venda na Aurora, que os importa, tel. 0/xx/11/3048-2282).

SUGESTÃO ATÉ R$ 40
LEONARDO TORRONTÉS 2006
Avaliação: 83/100
Bom para: aperitivo, culinária oriental
Preço: R$ 18,71
Onde: Vinci, 0/xx/11/ 6097-0000

BRANCO AROMÁTICO
Leonardo é o rótulo básico da adega argentina O.Fournier. Um dos melhores é este Torrontés leve e perfumado (lavanda, frutas tropicais).

SOMMELIER
SBAV PROMOVE CURSO A PARTIR DE TERÇA
A Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho (al. Gabriel Monteiro da Silva, 2.586, tel. 0/xx/11/3814-7905) promove curso de sommelier. As aulas duram três meses e acontecem às terças, das 15h30 às 17h30. O valor é R$ 100 por mês.


Texto Anterior: Nina Horta: Primavera nas calçadas e no campo
Próximo Texto: Bom e barato: Tambor Cozinha serve pratos despretensiosos
Índice