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Roberto Campos toma posse na ABL
da Sucursal do Rio
O economista Roberto Campos,
82, tomou posse ontem à noite na
Academia Brasileira de Letras,
mantendo, em suas palavras, "a
cadeia da alternância ideológica"
da cadeira 21, anteriormente ocupada por Dias Gomes.
"José do Patrocínio era um liberal abolicionista. Mário de Alencar, um neoliberal tímido. Já Olegário Mariano era um getulista e
Álvaro Moreyra, o primeiro acadêmico a se declarar comunista.
Depois dele vieram Adonias Filho, um getulista, e Dias Gomes,
um comunista. Agora temos um
liberal aqui", disse.
A posse foi concorrida. Vinte
acadêmicos estiveram presentes,
entre eles o senador José Sarney e
o presidente das Organizações
Globo, Roberto Marinho. Campos recebeu o colar das mãos de
José Sarney.
No discurso, que durou 1h15,
Campos disse que chegou a pensar em desistir de sua candidatura
por conta do que chamou de "ridícula batalha ideológica", referindo-se principalmente ao protesto feito pela viúva de Dias Gomes, Bernadeth Lizyo, que havia
dito não querer ver o marido, um
homem de esquerda, ser sucedido
por um homem com uma ideologia oposta. Os três filhos do primeiro casamento de Dias Gomes
-com Janete Clair- enviaram
carta dizendo que não poderiam
comparecer, mas desejando "um
frutífero convívio" na Academia.
Antes da posse, o cartunista Jaguar, com o traje que Tarcísio
Meira usou no filme "Independência ou Morte", colocou ovos
na calçada da ABL. Disse ser um
"trocadilho para que o novo
imortal chegue à Academia pisando em ovos, assim como todos os
que votaram nele".
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