São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007 |
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TRECHO Muito antes de publicar o meu primeiro livro eu já ouvia dizer que o romance, a literatura de ficção estavam mortos. Parece que a primeira morte teria sido anunciada ainda em 1880, não obstante, como todos sabem, Emily Dickinson, Tchékhov, Proust, Joyce, Kafka, Maupassant, Henry James, o nosso Machado, Eça, Mallarmé, as Brontë, Fernando Pessoa (um pouco mais tarde) estivessem ativos naquela época. No início do século 20, com o lançamento, por Henry Ford, do Ford Model T, um automóvel popular, construído numa linha de montagem, um carro barato que em poucos anos vendeu mais de 15 milhões de unidades, as cassandras afirmaram que agora a literatura de ficção, na qual se incluía a poesia, estava mesmo com os dias contados. (...) o certo é que muitos escritores, como Yeats, Benavente, Galsworthy, Selma Lagerlöf, Rilke, Kaváfis, Edna St. Vincent Millay, continuaram escrevendo, e talvez até tivessem um Model T na garagem. Extraído de "O Romance Morreu", de Rubem Fonseca Texto Anterior: Crítica/"O Romance Morreu": Fonseca exibe lado íntimo em coletânea Próximo Texto: Crítica/"Diário da Guerra de São Paulo": Bonassi prevê futuro aterrador em ficção Índice |
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