São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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Interpretação impressiona por fatalismo

DA REPORTAGEM LOCAL

A obra de Raymundo Faoro sobre a formação do Estado e da classe política brasileira impressiona pelo tom fatalista, no que se distingue de obras clássicas sobre outras "formações" do Brasil.
Se "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda, aponta para a possibilidade de transformação da sociedade brasileira a partir da chegada de novos imigrantes, segundo a análise do crítico Antonio Candido, se Gilberto Freyre mapeia em suas obras a decadência do patriarcado rural, e se o próprio Candido, em sua "Formação da Literatura Brasileira", vê em Machado de Assis um autor que supera os impasses criativos anteriores, Faoro vê apenas manutenção e repetição de uma "monstruosidade social" na forma do Estado brasileiro.
O título do capítulo conclusivo dá bem uma medida desse argumento: "A Viagem Redonda". O tom é duro. Se o Estado é o grande provedor, o Brasil se torna, de certa forma, uma nação de agregados. Nessa mesma conclusão, escreve Faoro que a nação tende, inevitavelmente, ao "parasitismo".
Em sua apresentação, o cientista político Gabriel Cohn afirma que "não há nesse livro nada que se assemelhe ao relato da gradativa constituição de uma configuração nacional com feição e dinamismo próprios". (RC)


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