Coco Rocha, 21, é o tipo de moça que está ajudando a mudar o estereótipo antipático das tops internacionais: ela é simpática, tranquila e sorridente. Nos bastidores da campanha da Lança Perfume, a modelo lia calmamente o romance "The White Queen" ("A Rainha Branca"), best-seller da escritora britânica Philippa Gregory, enquanto a equipe de beleza arrumava seus cabelos.
Entre a manicure e a maquiagem, conversou com a Folha. A top, que ficou menos de 48 horas no Brasil (sua primeira visita, há dois anos, na São Paulo Fashion Week, foi ainda mais curta), falou da vida dura de modelo e da paixão pela dança.

FOLHA - Que livro está lendo?
COCO ROCHA - "The White Queen". É sobre a dinastia que dominou a Inglaterra antes da família Tudor. Gosto de romances históricos que brincam de contos de fadas.

FOLHA - A vida de modelo é, de certa forma, um conto de fadas?
COCO - Há elementos de fantasia, sem dúvida. Mas a história de uma modelo é feita de muito trabalho e pouco descanso. A pior parte da história é ter de amadurecer muito rápido. Existem garotas que começam com 12, 13 anos e precisam crescer à força. Todos esperam que elas se comportem como adultas, o que é muito difícil.

FOLHA - Os profissionais de moda sabem lidar com adolescentes?
COCO - Existe de tudo nesse ramo. Por isso é importante que as modelos tenham bons agentes. Eles são como tutores. Mas, muitas vezes, traem a confiança das garotas, tiram dinheiro delas, não verificam se elas estão comendo direito, se usaram drogas... Felizmente, sempre tive o apoio dos meus pais, o que me fez escapar de armadilhas.

FOLHA - Na sua opinião, qual é a melhor modelo do mundo?
COCO - Daria Werbowy. Ela é o melhor produto de exportação do meu país [o Canadá]! Também adoro as brasileiras, como Carol Trentini, Raquel Zimmermann e Gisele. Elas estão entre as maiores e continuam humildes, com o pé no chão.

FOLHA - Você vai a festas de moda?
COCO - Sinceramente, quando termino um trabalho, tudo o que eu quero é ir para a minha casa. Tenho dois irmãos do segundo casamento do meu pai, mas cresci como filha única, gosto de ficar sozinha. Lembro que, quando eu era criança, minha mãe tinha um rádio velho que pegava apenas uma estação de rock dos anos 50 e 60. Eu ouvia aquilo o dia inteiro e às vezes dançava sozinha por horas.

FOLHA - Você gosta de dançar?
COCO - Gosto de fazer aulas de dança. Já fiz balé, dança tradicional irlandesa e agora estou aprendendo hip-hop. É divertido bancar a bailarina!


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