São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Em 1977, tese provou papel dos EUA no golpe

DE SÃO PAULO

Uma das polêmicas de "Brasil: de Getúlio a Castello (1930-64)" é a participação do governo dos EUA no golpe de 1964. Quando saiu no Brasil, o livro de Skidmore negava a interferência da Casa Branca na deposição de João Goulart (1961-64) da Presidência.
O embaixador americano na ocasião, Lincoln Gordon (1913-2009), sempre negou, mas foi desmentido pelos fatos a partir de 1977.
Naquele ano, foi publicada a dissertação de mestrado de Phyllis R. Parker comprovando que a Casa Branca havia mandado uma força-tarefa naval em apoio ao golpe.
Segundo Moniz Bandeira, Phyllis pediu a desclassificação de documentos para sua pesquisa. Quando os recebeu, completa James Green, mostrou ao orientador, que viu neles uma "mina de ouro".
Ela tinha descoberto os papéis que comprovavam a intervenção dos EUA -negada com veemência até então. Era a chamada operação Brother Sam.
Segundo Green, a operação era um "plano militar de contingência desenvolvido pelo Pentágono e pela Casa Branca" deflagrada em março de 1964.
Se fosse necessário, ajudaria os golpistas de 64 a conter eventual resistência de Jango.
No Brasil, quem primeiro usou esses documentos foi o jornalista Marcos Sá Corrêa, afirma Bandeira, que por sua vez escreveu "O Governo João Goulart -As Lutas Sociais no Brasil (1961-1964)" com base nessa documentação. (LEk)


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