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"A Grande Família" avista o seu fim
No momento em que clã famoso da TV chega ao cinema, ator Pedro Cardoso propõe definir o desfecho do programa
Marco Nanini apóia a idéia, e Marieta Severo diz preferir não pensar "a longo prazo"; diretores avaliam que filme deu novo vigor ao seriado
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A versão cinematográfica do
seriado "A Grande Família"
-que estreou nesta semana
com robustas 260 cópias, expressão da expectativa de que
repetirá no cinema o sucesso
televisivo- acende a pergunta:
a chegada à telona prepara o caminho de despedida da TV?
Diretor (Maurício Farias),
roteirista (Cláudio Paiva) e
elenco (Marco Nanini, Marieta
Severo) do clã dizem que não.
Ou melhor, talvez...
"Ainda não me cansei de fazer Lineu [o pai da família], e
esse filme veio dar uma chacoalhada, porque há [novos] caminhos [abertos para os personagens]", afirma Marco Nanini. O
ator acha que o filme ajudou a
demonstrar que os personagens "têm ainda muito espaço
para caminhar", quando apresentou, por exemplo, "um Lineu mais emotivo, que mostra
mais sua sensibilidade".
Mas é também Nanini quem
pondera: "Agora, a rotina é uma
bruxa má e cruel que está rondando. Você precisa estar sempre atento para ela não tomar
conta, porque senão fica tudo
chatíssimo, tudo cinza. Se isso
acontecer, é um sinal escancarado de que vai perder o brilho,
o frescor, a verdade".
Nesses seis anos em que o
programa está no ar, ainda não
aconteceu, segundo Nanini.
Mas Pedro Cardoso, o intérprete de Agostinho, o genro eternamente encostado na vida
mansa, propôs à "parentela"
que todos pensem logo num final para "A Grande Família".
Nanini comprou a idéia.
"Acho maravilhosa. Vou batalhar para que a gente faça isso.
Mesmo que ele não seja feito
agora, imaginando o fim da
grande família, saberíamos onde termina a saga", diz.
Para o ator, saber por antecipação o desfecho -que pode
ser a morte de Lineu, hipótese
que move a trama do filme-
ajudaria a "dar força para quando esse momento chegar".
Marieta Severo, a Nenê, diz
que "não gostaria de começar
um novo ano pensando em despedida". Por duas razões. A primeira é que "pensar a longo
prazo" não é do seu estilo.
A segunda: "Acho que você
começa a se relacionar com o
trabalho e o personagem de
uma maneira estranha, esquisita [considerando o fim]. Parece-me que você começa a apostar menos no que está fazendo
e, subjetivamente, começa a tirar o seu time de campo".
A disposição de Marieta é outra: "Quero estar com meu time
todo em campo, jogando com
todas as armas, como fiz até
agora. Vou fazer a Nenê neste
ano com todo o gás, toda a vontade e todo o prazer com que fiz
até agora. No final do ano, vamos ver o que acontece".
Farias diz que "o filme vai ficar na história da "Grande Família" como um episódio muito
especial". O diretor avalia que a
experiência do longa-metragem acrescentou aspectos positivos à série e vice-versa.
É também a opinião de Guel
Arraes, diretor do núcleo da
Globo que produz o seriado e
roteirista do longa: "[O filme]
Deu uma novidade. Como são
atores estupendos, as interpretações ainda se aprofundaram e
isso volta para o programa".
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