São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007

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Crítica

Jackson refilma um mito em "King Kong"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Será o diabo tão feio quanto pintam? Não sei por que razão compara-se tão freqüentemente o "King Kong" (Telecine Pipoca, 20h) de Peter Jackson de maneira tão desfavorável em relação ao original, de 1933.
O filme de Cooper e Schoedsack é um mito. Não há como compará-lo desfavoravelmente a outro filme com a mesma história. Tudo que os demais filmes podem é aproximar-se dele. Pois bem: Peter Jackson, que foi elevado às alturas por "A Sociedade do Anel" e outros da mesma série, acabou aqui bastante criticado.
O argumento é bastante fiel ao original, e este filme de 2005 leva clara vantagem sobre o de 1976, assinado por John Guillermin, num ponto essencial: o avanço tecnológico permite que se crie um gorila mais realístico do que o do filme produzido por Dino de Laurentiis.
Jackson remete a ação de volta ao início dos anos 30, o que permite reencontrar uma era em que algum mistério, algum desconhecido ainda era possível no mundo.
É verdade que a parte do enfrentamento entre King Kong e os dinossauros sofre de excesso de espetaculosidade, como se fosse um "remake" de "Parque dos Dinossauros". Mas essa parte é, hoje, justamente, o ponto fraco do "King Kong" original: as figuras usadas no filme de 1933, quando vistas hoje, são implausíveis. Em troca, por eficiente que seja, aqui, a seqüência final, está longe de chegar perto da beleza comovente do original.


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