São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

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OSCAR 2005

Freeman e Blanchett são os melhores coadjuvantes

Ator ganha por 'Menina de Ouro', e 'Aviador' leva 5 estatuetas; 'Diários' perde roteiro adaptado

DA REPORTAGEM LOCAL

O ator Morgan Freeman, 67, foi escolhido o melhor coadjuvante por seu papel de um ex-boxeador em "Menina de Ouro", no início da 77ª cerimônia do Oscar, ontem à noite, no teatro Kodak, em Los Angeles (EUA). Freeman foi o nono ator negro a levar o prêmio entre os cerca de 300 já agraciados.
Foi a primeira estatueta do ator americano, que já havia sido indicado em outras três ocasiões: "Um Sonho de Liberdade" (1994), "Conduzindo Miss Daisy" (1989) e "Armação Perigosa" (1987).
Cate Blanchett, 35, venceu o Oscar de atriz coadjuvante por sua interpretação de Katharine Hepburn (1907-2003), em "O Aviador". Blanchett dedicou o prêmio a Hepburn. "A longevidade de sua carreira é inspiradora." A atriz agradeceu ainda ao diretor Martin Scorsese. Até a conclusão desta edição, à 0h30 de hoje, "O Aviador" era o grande vencedor da premiação, com cinco estatuetas.
Leonardo DiCaprio, protagonista do filme e concorrente ao Oscar de ator principal, estava acompanhado pela namorada, a modelo brasileira Gisele Bündchen. O casal se sentou nas primeiras fileiras do auditório.
Gisele estava bronzeada, com os cabelos soltos e usava um vestido branco, longo, solto e tomara-que-caia -decote predileto da maioria das presentes.
DiCaprio apresentou o Oscar de documentário longa-metragem, vencido por "Born Into Brothels" (nascidos em bordéis), de Zana Briski e Ross Kauffman.
"O Aviador" ganhou edição, com Thelma Schoonmaker, antiga colaboradora de Scorsese, e fotografia, com Robert Richardson.

Patriótico
Antes do começo da entrega dos prêmios, o apresentador Chris Rock lembrou de dois documentários críticos à sociedade americana e ao governo atual "Fahrenheit 11 de Setembro" e "Supersize Me - A Dieta do Palhaço", que concorreu a melhor longa documentário.
"Todo mundo gosta de falar mal do Bush. Ele é um gênio. Fez coisas que ninguém poderia fazer. Quando ele entrou na administração, havia excesso de dinheiro, agora temos um déficit."
Ao chamar a primeira apresentadora, Halle Berry, Rock aproveitou para mandar uma saudação para as tropas americanas.
Rock mencionou ainda o fiasco "Mulher-Gato", o filme que deu a atriz o Framboesa de Ouro, premiação para os piores do cinema, entregue anteontem.
Berry anunciou o primeiro Oscar que "O Aviador" conquistou na noite, o de direção de arte.
O prêmio de animação, entregue por Robin Williams, foi para "Os Incríveis", da Pixar.
Robin Williams entrou com uma espécie de mordaça, referência à censura que a rede ABC fez ao seu texto, no qual ele ironizaria um grupo conservador que considera gay o personagem de desenho animado Bob Esponja.
Outro personagem de animação Edna Moda, de "Os Incríveis", "dividiu" o palco com o ator Pierce Brosnan para apresentar o prêmio de figurino, também arrebatado pelo filme de Scorsese.
O diretor Sidney Lumet, 80, foi homenageado por sua obra. Ele foi candidato ao Oscar quatro vezes por direção, em "Doze Homens e uma Sentença" (1957), "Um Dia de Cão" (1975), "Rede de Intrigas" (1976) e "O Veredicto" (1982); e uma por roteiro adaptado, em "O Príncipe da Cidade" (1981).
As mais notadas novidades, prometidas pelo produtor-executivo Gil Cates para a cerimônia, foram o anúncio dos prêmios em diferentes locais do teatro e a presença no palco de todos os concorrentes de categorias, como figurino e documentário. "Desventuras em Série", que ganhou maquiagem, foi entregue por Cate Blanchett da platéia do auditório.

Diários
O filme de Walter Salles, "Diários de Motocicleta" perdeu para "Sideways - Entre Umas e Outras" o Oscar de roteiro adaptado.
O outro prêmio ao qual concorria, melhor canção, ainda não havia sido entregue até a conclusão desta edição.
"Al Otro Lado del Río", do uruguaio Jorge Dexler, foi interpretada pelo ator Antonio Banderas e Carlos Santana, que vestia uma camiseta com a clássica imagem de Che, depois que o uruguaio foi preterido pela organização.
Em outro prêmio entregue nos EUA neste fim de semana, o Independent Spirit Awards, prêmio alternativo ao Oscar, do Independent Feature Project (IFP), o argentino Rodrigo de la Serna foi escolhido o melhor ator estreante por seu papel em "Diários de Motocicleta". "Sideways - Entre Umas e Outras" foi o principal vencedor, com seis prêmios, incluindo filme e direção, para Alexander Payne.


Com agências internacionais


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