São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

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Diretor diz que faz cinema para TV

DA REDAÇÃO

"Carandiru - Outras Histórias" é o primeiro trabalho do cineasta argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco, 59, para a Globo. Em outubro, ele assinou contrato de três anos com a emissora.
Babenco terá de apresentar um projeto por ano à Globo. Mas ele não pretende, em 2006 e 2007, dar continuidade ao projeto "Carandiru". "Essa história se esgota aqui", diz. No ano que vem, Babenco quer dirigir um longa.
A série é também a primeira produção em que o diretor de "Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia" (1977), "Pixote: A Lei do Mais Fraco" (1981) e "O Beijo da Mulher Aranha" (1985) divide a direção com alguém.
Em "Carandiru - Outras Histórias", Babenco entregou quatro episódios para Walter Carvalho e outros quatro para Roberto Gervitz dirigirem. Ele assina a direção de apenas dois, e ainda a reparte com Márcia Faria, que foi sua assistente em "Carandiru", o filme.
"Sempre fui solitário, concentrava tudo em mim por medo de errar. Agora estou muito tranqüilo em dividir o jogo", diz.
Babenco afirma que o fato de "Carandiru - Outras Histórias" ser um programa de TV não desvaloriza o produto nem ele.
O cineasta se refere a cada episódio como um filme. "São pequenos longas, de 30, 32 minutos. Estamos fazendo cinema para televisão", diz. A encomenda da série partiu de Guel Arraes, diretor de núcleo da Globo e também cineasta ("Lisbela e o Prisioneiro").
A série está sendo filmada em película 16 mm. Todos os diretores, inclusive os de fotografia, e produtores vieram do cinema. O uso de locações também a aproxima do cinema. Mas o cronograma de filmagem a afasta. Cada episódio leva em média uma semana para ser rodado. São 12 horas de filmagens diariamente, exceto às sextas-feiras, dia de folga.
Babenco afirma que a Globo lhe deu "total autonomia". A série é uma co-produção entre a HB, de Babenco, e a Globo. "A Globo dá um OK no roteiro e discute o orçamento. No resto, temos total liberdade", endossa Walter Carvalho, diretor longa "Cazuza" (2004, com Sandra Werneck).
O orçamento da série é, ainda, um segredo bem guardado. Por contrato, seus diretores e produtores não podem revelar valores. A Globo também não abre. "São custos razoáveis. Todo mundo está sendo pago", diz Babenco.
A folha de pagamento é grande: cerca de 200 pessoas formam as equipes técnica e de produção, mais 150 figurantes e 40 atores, em média, por episódio. (DC)


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