|
Texto Anterior | Índice
Diretor diz que faz cinema para TV
DA REDAÇÃO
"Carandiru - Outras Histórias"
é o primeiro trabalho do cineasta
argentino naturalizado brasileiro
Hector Babenco, 59, para a Globo.
Em outubro, ele assinou contrato
de três anos com a emissora.
Babenco terá de apresentar um
projeto por ano à Globo. Mas ele
não pretende, em 2006 e 2007, dar
continuidade ao projeto "Carandiru". "Essa história se esgota
aqui", diz. No ano que vem, Babenco quer dirigir um longa.
A série é também a primeira
produção em que o diretor de
"Lúcio Flávio, o Passageiro da
Agonia" (1977), "Pixote: A Lei do
Mais Fraco" (1981) e "O Beijo da
Mulher Aranha" (1985) divide a
direção com alguém.
Em "Carandiru - Outras Histórias", Babenco entregou quatro
episódios para Walter Carvalho e
outros quatro para Roberto Gervitz dirigirem. Ele assina a direção
de apenas dois, e ainda a reparte
com Márcia Faria, que foi sua assistente em "Carandiru", o filme.
"Sempre fui solitário, concentrava tudo em mim por medo de
errar. Agora estou muito tranqüilo em dividir o jogo", diz.
Babenco afirma que o fato de
"Carandiru - Outras Histórias"
ser um programa de TV não desvaloriza o produto nem ele.
O cineasta se refere a cada episódio como um filme. "São pequenos longas, de 30, 32 minutos.
Estamos fazendo cinema para televisão", diz. A encomenda da série partiu de Guel Arraes, diretor
de núcleo da Globo e também cineasta ("Lisbela e o Prisioneiro").
A série está sendo filmada em
película 16 mm. Todos os diretores, inclusive os de fotografia, e
produtores vieram do cinema. O
uso de locações também a aproxima do cinema. Mas o cronograma de filmagem a afasta. Cada
episódio leva em média uma semana para ser rodado. São 12 horas de filmagens diariamente, exceto às sextas-feiras, dia de folga.
Babenco afirma que a Globo lhe
deu "total autonomia". A série é
uma co-produção entre a HB, de
Babenco, e a Globo. "A Globo dá
um OK no roteiro e discute o orçamento. No resto, temos total liberdade", endossa Walter Carvalho, diretor longa "Cazuza" (2004,
com Sandra Werneck).
O orçamento da série é, ainda,
um segredo bem guardado. Por
contrato, seus diretores e produtores não podem revelar valores.
A Globo também não abre. "São
custos razoáveis. Todo mundo está sendo pago", diz Babenco.
A folha de pagamento é grande:
cerca de 200 pessoas formam as
equipes técnica e de produção,
mais 150 figurantes e 40 atores,
em média, por episódio.
(DC)
Texto Anterior: Televisão: Série da Globo ativa pavilhão do Carandiru Índice
|