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Coreógrafo considera desperdício a verba destinada à SP Cia. de Dança
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Figura emblemática no cenário da dança paulista, Sandro
Borelli faz questão de se posicionar diante da São Paulo
Companhia de Dança, grupo
recém-criado pela Secretaria
de Estado da Cultura. Um texto
seu sobre o grupo, em tom
agressivo, circula pela internet.
Borelli diz que não tem nada
contra a SP Cia., mas questiona
a verba que envolve o projeto.
"Uma nova companhia de
dança é sempre bem-vinda.
Mas não faz sentido essa gastança toda [foram anunciados
R$ 13 milhões para o projeto
em 2008] para conseguir o que
eles chamam de excelência na
dança. É muito dinheiro para
um só projeto. É tupiniquim no
mau sentido. Um desperdício
absurdo de verba. O Balé da Cidade sobrevive bem com cerca
de um R$ 1 milhão por ano."
Presente à audição de seleção
dos bailarinos da nova companhia realizada na segunda-feira, o secretário de Cultura João
Sayad comentou as críticas de
Borelli. Ele diz os R$ 13 milhões
destinados à SP Cia. não vão alterar o orçamento de R$ 1,4 milhão previsto para a dança dentro do Programa de Ação Cultural (PAC) em 2008.
"É uma verba diferenciada,
assim como R$ 13 milhões para
uma companhia não é um disparate, porque queremos profissionais dedicados. Sabemos
das dificuldades que uma companhia de qualidade, com bons
professores, tem para sobreviver. Faz sentido ter dinheiro
público envolvido. E sendo
uma companhia de sucesso, a
SP Cia. terá patrocínio privado
também", afirmou o secretário.
Ele disse que soube do descontentamento de coreógrafos
de grupos independentes de
São Paulo por causa de declarações suas sobre a pretensa excelência da nova companhia.
"Excelência é procurar os
melhores bailarinos, que é o
que se faz nesta audição. Quando falo em excelência, não quer
dizer que estou falando somente em dança clássica. Volto a
comparar a nova companhia de
dança à Osesp, porque ela nunca foi contra a música. A São
Paulo Companhia de Dança é
uma companhia a mais, como a
Osesp é uma orquestra a mais,
que influencia outras, mas que
não vem contra a música", argumentou Sayad.
(AP)
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