São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

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OPINIÃO

Cerimônia foi uma das mais tediosas dos últimos anos

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Depois da apresentação polêmica de Ricky Gervais no Globo de Ouro, quando esculhambou todo mundo, o Oscar foi no caminho inverso, com uma cerimônia careta, chata e bem comportada na noite de ontem. E poucas surpresas.
Os apresentadores James Franco e Anne Hathaway não arriscaram, se limitando a piadas manjadas e velhos truques.
Foi uma das cerimônias mais tediosas e sem graça dos últimos anos.
Chegaram até mesmo a chamar Bily Crystal, que apresentou o prêmio por muitos anos, para um quadro em homenagem à primeira transmissão televisiva do Oscar. Mais velho e datado, impossível.
A festa do 83º Oscar foi uma celebração previsível e correta, com homenagens a antigos astros de Hollywood, tributos a filmes como "E o Vento Levou" e "Titanic", e um tom respeitoso.
A cerimônia toda teve um ranço de bolor. E bem pouca emoção.
Ganharam os favoritos: "O Discurso do Rei" (melhor filme), Colin Firth (melhor ator), Natalie Portman (melhor atriz), Melissa Leo (melhor atriz coadjuvante) e Christian Bale (melhor ator coadjuvante).
A exceção foi o discurso de Tom Hooper, diretor de "O Discurso do Rei", que bateu o favorito David Fincher ("A Rede Social").
Hooper evitou o ar "blasé" de muitos dos outros vencedores e vibrou com o prêmio. Foi uma das poucas reações espontâneas durante toda a cerimônia.
O momento mais emocionante da festa foi a aparição de um frágil Kirk Douglas, hoje com 94 anos, que apresentou, com muito bom humor, o prêmio de melhor atriz coadjuvante para Melissa Leo ("O Vencedor"). Leo chegou a soltar um palavrão em seu discurso.
No mais, foi um tédio: discursos ensaiados ou lidos, textos sem brilho interpretados por dois apresentadores medíocres, e números musicais cafonas e supostamente introspectivos, incluindo Celine Dion cantando no tributo aos artistas que morreram nos últimos 12 meses.
A cara de tédio de Colin Firth ao ganhar o Oscar de melhor ator disse tudo.
E seu discurso protocolar e burocrático fez justiça a uma noite que pouco teve de memorável.


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