São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros CRÍTICA ROCK Sem colagem sutil de ídolos, músicas perdem força THALES DE MENEZES DE SÃO PAULO Beady Eye parece Oasis, ou pelo menos uma parte dele. O Oasis dos rocks mais rasgados e das baladas menos inspiradas, mas o pedigree ainda é evidente. As duas primeiras faixas que a banda divulgou, aceleradas, faziam crer que o Beady Eye seria uma espécie de Oasis ligado no 220. "Four Letter Word" é um ótimo rock básico, que lembra "My Big Mouth". Já "Bring the Light", com o pianinho martelado, não chega a convencer. Mas, ao escutar as 14 faixas do álbum, é possível igualar Beady Eye e Oasis na intenção de revisitar o que o rock inglês fez de melhor nas últimas cinco décadas. O que faz falta, e muita, é a colagem sutil de elementos que Noel Gallagher roubava sem pudor de seus ídolos. Fã do Oasis sabe que "Be Here Now" é Bowie, "Round Are Way" é Herman's Hermits, "Whatever" é Beatles e por aí vai. Nada de plágio, apenas uma delicada colagem pop. No Beady Eye, as coisas ficam bem mais escancaradas. "The Roller", por exemplo, é uma das melhores músicas de John Lennon que ele nunca gravou. Afinal, um filho de Liam se chama Lennon. Ainda na praia da comparação com os Beatles, "The Beat Goes On" poderia ser uma faixa que não entrou em "Magical Mistery Tour". Já a fofa "For Anyone" parece ter saído um compacto do The Hollies da década de 1960. Pode soar piada besta do crítico, mas a faixa "Beatles and Stones" é puro The Who. E chega de traçar ligações com o passado pop, para não decretar que o Beady Eye fez um disco em que cada faixa se parece com alguma coisa. A banda de Liam vai além disso porque tem dois baitas guitarristas. Quando passou a integrar o Oasis tocando baixo, em 1999, Bell deu uma encorpada no som da banda. Quando às letras, bem, elas nunca foram o forte do Oasis, e o Beady Eye segue uma linha meio "autoajuda", com versos do calibre "Este é um mundo bonito quando você sabe quem é". Liam Gallagher sabe quem é. Um frontman que tem uma banda para comandar. DIFFERENT GEAR, STILL SPEEDING ARTISTA Beady Eye LANÇAMENTO Sony Music QUANTO R$ 30, em média AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Beady Eye lota show, mas não é um sucesso Próximo Texto: Crítica/Suspense: "Desconhecido" revela-se um thriller genérico, apesar da premissa incomum Índice | Comunicar Erros

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.