São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011 |
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CRÍTICA SUSPENSE "Desconhecido" revela-se um thriller genérico, apesar da premissa incomum RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA O cinema está repleto de filmes em que um sujeito com amnésia não identifica as pessoas que conhece. "Desconhecido" entorta essa premissa: as pessoas que ele conhece não identificam o sujeito com amnésia. É um ponto de partida promissor. Em viagem a Berlim para participar de um congresso, o cientista Martin Harris (Liam Neeson) sofre um acidente de carro quando está sem nenhum documento. Ao sair do coma, ele vai atrás de sua mulher (January Jones), mas esta não o reconhece. Pior: outro homem (Aidan Quinn) assume sua identidade e convence a todos de que se trata do verdadeiro cientista. Como se sua vida não estivesse ruim o suficiente, nenhuma autoridade acredita em sua história, e assassinos começam a persegui-lo. Com a ajuda de uma imigrante ilegal (Diane Kruger) e de um ex-espião da Stasi (Bruno Ganz), a antiga polícia secreta da Alemanha Oriental, Harris vai ter que se virar para provar sua identidade e sua sanidade. De incomum, porém, "Desconhecido" tem apenas a premissa. Depois que sua trama central está delineada, o filme vira um thriller genérico, um decalque sem estilo de "Identidade Bourne". A partir daí, alternam-se diálogos cujo principal objetivo é confundir o espectador e sequências de luta e perseguição filmadas sem criatividade por Jaume Collet-Serra. Ao menos, "Desconhecido" consegue entregar ao espectador um final simples e convincente, sem precisar recorrer a complexas conspirações, alucinações ou realidades paralelas para explicar sua trama. De resto, porém, o filme é pura convenção. Para uma obra sobre a perda de identidade, é uma triste sina não ter nenhuma. Por falar no assunto, "Desconhecido" é mais um passo de Liam Neeson em busca de um rumo para a sua carreira. De protagonista de filmes "sérios" ("A Lista de Schindler"), ele passou a herói de ação ("Busca Implacável", "Esquadrão Classe A"). Um herói tardio, mas sólido. Aos 59 anos, Neeson oferece um pouco de substância a filmes sem muita consequência como este. DESCONHECIDOS AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Crítica/rock: Sem colagem sutil de ídolos, músicas perdem força Próximo Texto: O drama de Colón Índice | Comunicar Erros |
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