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ARTES PLÁSTICAS
Evento reúne 33 grupos ou artistas das áreas de arquitetura, design e visuais a partir de 23 de maio
Mosca gigante entra para a festa dos 50 anos da Bienal de SP
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir do dia 23 de maio, uma
enorme mosca, que pode chegar a
20 metros de altura, estará voando pelos céus de São Paulo. Não se
trata de uma criatura de laboratório, mas uma projeção criada pela
artista Regina Silveira.
A artista faz parte da lista de 33
artistas, arquitetos e designers
confirmados ontem pelo presidente da Fundação Bienal, Carlos
Bratke, que irão criar obras para a
comemoração dos 50 anos da Bienal de São Paulo (veja a lista completa ao lado). Todos eles foram
selecionados para o núcleo contemporâneo, que tem curadoria
de Marili Brandão (design), Daniela Bousso e Maria Alice Milliet
(artes visuais) e Pedro Cury (arquitetura).
No ano passado, Regina tentou
colocar moscas em vários edifícios da cidade, mas a proposta
não foi aceita. Agora, com apoio
de um caminhão, a mosca irá circular livremente. Um dos locais
onde ela vai pousar é o prédio da
Oca, no parque Ibirapuera. Desde
95, a artista utiliza a imagem de
uma mosca em seus trabalhos.
Apesar de Peter Tjabbes, um
dos coordenadores do evento, fazer questão de ressaltar que a
mosca "não irá carregar simbolicamente a exposição", não deixa
de ser sugestivo que o inseto surja
após as polêmicas que envolveram a Fundação Bienal, no ano
passado.
Além do núcleo contemporâneo, será feito também um setor
retrospectivo. Esse núcleo histórico irá contextualizar cada edição
da bienal com os eventos mais
marcantes de cada época, em uma
linha do tempo, com design de
Chico Homem de Melo. Também
será dado destaque ao papel de
Ciccillo Matarazzo, o criador da
bienal e do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC).
Integrada a esse núcleo, uma exposição reunirá 50 das 215 obras
adquiridas nas bienais e doadas
ao MAC. São trabalhos premiados nas bienais de 51 a 73. Desde
então, o evento paulista deixou de
conceder prêmios a artistas.
Com curadoria de Helouise
Costa, um dos objetivos da mostra é ressaltar o papel da bienal na
divulgação e incentivo do abstracionismo no Brasil. Um dos destaques é "Unidade Tripartida", de
Max Bill, premiada na primeira
bienal, em 51, e que se tornou referência fundamental para o concretismo brasileiro. Também estarão expostas obras de Alexander Calder, Jesus Rafael Soto e
Lygia Clark, entre outros.
O curador Agnaldo Farias prepara um livro sobre os 50 anos da
bienal. Um catálogo com a exposição também será lançado após a
abertura do evento, já que muitas
obras estão sendo preparadas especialmente para a comemoração. A mostra fica em cartaz até o
dia 29 de julho e, segundo Tjabbes, terá um dia de entrada franca
para o público.
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