São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2001

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ARTES PLÁSTICAS

Evento reúne 33 grupos ou artistas das áreas de arquitetura, design e visuais a partir de 23 de maio

Mosca gigante entra para a festa dos 50 anos da Bienal de SP

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir do dia 23 de maio, uma enorme mosca, que pode chegar a 20 metros de altura, estará voando pelos céus de São Paulo. Não se trata de uma criatura de laboratório, mas uma projeção criada pela artista Regina Silveira.
A artista faz parte da lista de 33 artistas, arquitetos e designers confirmados ontem pelo presidente da Fundação Bienal, Carlos Bratke, que irão criar obras para a comemoração dos 50 anos da Bienal de São Paulo (veja a lista completa ao lado). Todos eles foram selecionados para o núcleo contemporâneo, que tem curadoria de Marili Brandão (design), Daniela Bousso e Maria Alice Milliet (artes visuais) e Pedro Cury (arquitetura).
No ano passado, Regina tentou colocar moscas em vários edifícios da cidade, mas a proposta não foi aceita. Agora, com apoio de um caminhão, a mosca irá circular livremente. Um dos locais onde ela vai pousar é o prédio da Oca, no parque Ibirapuera. Desde 95, a artista utiliza a imagem de uma mosca em seus trabalhos.
Apesar de Peter Tjabbes, um dos coordenadores do evento, fazer questão de ressaltar que a mosca "não irá carregar simbolicamente a exposição", não deixa de ser sugestivo que o inseto surja após as polêmicas que envolveram a Fundação Bienal, no ano passado.
Além do núcleo contemporâneo, será feito também um setor retrospectivo. Esse núcleo histórico irá contextualizar cada edição da bienal com os eventos mais marcantes de cada época, em uma linha do tempo, com design de Chico Homem de Melo. Também será dado destaque ao papel de Ciccillo Matarazzo, o criador da bienal e do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC).
Integrada a esse núcleo, uma exposição reunirá 50 das 215 obras adquiridas nas bienais e doadas ao MAC. São trabalhos premiados nas bienais de 51 a 73. Desde então, o evento paulista deixou de conceder prêmios a artistas.
Com curadoria de Helouise Costa, um dos objetivos da mostra é ressaltar o papel da bienal na divulgação e incentivo do abstracionismo no Brasil. Um dos destaques é "Unidade Tripartida", de Max Bill, premiada na primeira bienal, em 51, e que se tornou referência fundamental para o concretismo brasileiro. Também estarão expostas obras de Alexander Calder, Jesus Rafael Soto e Lygia Clark, entre outros.
O curador Agnaldo Farias prepara um livro sobre os 50 anos da bienal. Um catálogo com a exposição também será lançado após a abertura do evento, já que muitas obras estão sendo preparadas especialmente para a comemoração. A mostra fica em cartaz até o dia 29 de julho e, segundo Tjabbes, terá um dia de entrada franca para o público.



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