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FILMES DE HOJE
TV PAGA
A verdade do teatro só pode estar no teatro
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se existe um filme que falta entre nós, é "O Rei da Vela", versão
para cinema da peça de Oswald de
Andrade que o Teatro Oficina encenou nos anos 60.
Sabe-se que o teatro brasileiro,
em linhas gerais, mudou a partir
dessa montagem. Mas, com exceção dos mais velhos, ninguém sabe como mudou, por que ele mudou, ou se realmente mudou
(pois, à vista do que anunciam as
montagens atuais, parece que a
palavra mudança não é a mais
apropriada ao caso). Ouvem-se,
aqui e ali, argumentos que justificam o ineditismo do filme: teria
horas e horas de duração e, sobretudo, seria não um filme, mas
uma peça de teatro filmada.
Seria justo que esse filme desde
já mítico tivesse ao menos a chance de mostrar-se, por poucos dias
que fosse, numa sala pequena. De
todo modo, ao menos uma dessas
alegações não se sustenta: a de
que seria teatro filmado.
Temos com "Henrique 5º", versão de Kenneth Branagh, um caso
típico de teatro tornado cinema, o
que nos leva a uma obra que ambiciona preservar o prestígio de
um texto célebre e acrescentar-lhe
a mobilidade do cinema, mas acaba chegando a um resultado estranho: um tanto imóvel como cinema e agitado demais para que
concentremos a atenção no texto.
Há, certamente, casos mais felizes de aproximação entre cinema
e teatro (mas não passam hoje).
No entanto, a idéia de que uma
obra teatral deva ser obrigatoriamente adaptada para chegar aos
cinemas não se agüenta.
Se "O Rei da Vela" trouxesse ao
espectador de hoje apenas a montagem de "O Rei da Vela", já seria
uma documentação preciosa sobre um momento importante da
arte brasileira. E, se Zé Celso tem
público para ver peças de cinco
horas, por que não haveria de ter
para um filme também longo?
HENRIQUE 5º. Quando: hoje, às 22h, no
Eurochannel.
TV ABERTA
Porquinho Babe encara a cidade em seu 2º filme
Babe - O Porquinho
Atrapalhado na Cidade
Globo, 13h05.
(Babe: Pig in the City). EUA, 1998, 97 min.
Direção: George Miller. Com James
Cromwell, Magda Szubanski. "Babe, o
Porquinho Atrapalhado" (1995) era um
primor. Aqui, como em quase todas as
continuações, a coisa não anda tão bem.
Ele vai à cidade com mrs. Hoggett. Já se
pediu a Babe que se comportasse como
cão. Agora, pede-se, praticamente, que
vire gente. Ele sofre.
O Homem do Sputnik
Cultura, 15h30.
Brasil, 1959, 98 min. Direção: Carlos
Manga. Com Oscarito, Norma Bengell.
No quintal de Oscarito cai um estranho
objeto, semelhante ao outrora célebre
Sputnik. Aí começa a aventura, que terá
como ponto alto a célebre aparição de
Norma Bengell fazendo um tipo Brigitte
Bardot. P&B, Boa chanchada.
Fugindo da Morte
Bandeirantes, 20h30.
(Nowhere to Hide). EUA, 1994. Direção:
Bobby Roth. Com Rosanna Arquette,
Max Pomerane. Depois que se divorcia,
mulher sofre atentado. Aí descobre que o
ex tinha conexões no submundo
criminal e que os mafiosos acham que
ela detém segredos e pode entregá-los à
polícia. Ela decide abrir o bico.
Mister Roberts
Bandeirantes, 23h30.
(Mister Roberts). EUA, 1955, 123 min.
Direção: John Ford e Mervin LeRoy. Com
Henry Fonda, James Cagney. Fonda é o
tenente que tenta trocar seu cargueiro
por um navio de guerra de verdade. Mas
o capitão do navio de guerra se recusa a
aceitar sua transferência. Legendado.
Desde que Nós Partimos
Globo, 0h45.
(Since You've Been Gone). EUA, 1998.
Direção: David Schwimmer. Com Teri
Hatcher, David Schwimmer, Lara Flynn
Boyle. Reencontro de amigos de colégio
que há muito não se vêem e conhecem
os destinos diversos e os problemas dos
velhos amigos. Feito para TV.
Maxie
Globo, 2h25.
(Maxie). EUA, 1985, 94 min. Direção: Paul
Aaron. Com Glenn Close, Mandy
Patinkin, Ruth Gordon. Secretária
conservadora incorpora o espírito de
uma atrevida atriz dos anos 20, com
conseqüências desastrosas para sua
existência. Ponto de partida OK e
comédia descartável.
(IA)
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