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"Pixote", 25, tem documentário e edição em DVD
DA REPORTAGEM LOCAL
No cinema de Hector Babenco, a trajetória de um herói trágico tem um precedente inesquecível. "Pixote
-A Lei do Mais Fraco" (1981)
estabeleceu um incômodo
paralelo entre a ficção e a vida real, quando Fernando
Ramos da Silva, intérprete
do personagem-título, morreu em suposta troca de tiros
com a polícia, em 1987.
No longa, que projetou o
cineasta internacionalmente, Ramos da Silva vivia um
garoto sujeito à criminalidade nas ruas de São Paulo,
com passagens pela Febem.
A edição em DVD, comemorativa dos 25 anos de lançamento do filme, está sendo preparada pelo diretor.
Do que seria material extra
do disco, despontou com vida autônoma o documentário "Pixote - In Memoriam".
O filme de Felipe Briso e
Gilberto Topczewski tem
sessão hoje, no Rio de Janeiro, e amanhã, em São Paulo,
no festival É Tudo Verdade,
no qual integra a competição de longas brasileiros.
No documentário, Babenco relembra a escolha de Ramos da Silva, então garoto,
para viver Pixote. "Ele possuía uma tristeza congênita,
uma alma ferida, que nenhum ator era capaz de propor". Foi o que ele argumentou com a preparadora de
elenco Fátima Toledo, contrária à escalação de um menino sem experiência no cinema. Toledo lembra no filme a hesitação que ela expressou ao diretor: "Mas
aquele nem lê, mal fala".
Da viúva de Ramos da Silva, Cida Venâncio, vem a revelação mais contundente
do documentário. "Ele não
via o filme até o final. Dizia
que, se o visse até o final, a
história dele iria acabar."
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