São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2007

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Crítica

Herzog leva seu visionário à Amazônia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Com "Fitzcarraldo" (Telecine Cult, 22h) estamos na agonia do chamado "novo cinema alemão". 1982 é o ano do filme. É também o ano em que R.W. Fassbinder assina seu último filme, "Querelle".
E em que Wim Wenders inicia efetivamente, com "Hammett", sua aventura americana (da qual, a rigor, nunca mais se recomporia).
Em "Fitzcarraldo", Herzog trata, como de costume, de um visionário, um alemão que está disposto a levar a grande ópera aos confins da Amazônia. O visionário em questão é Klaus Kinski, o que já é meio caminho andado.
E, se o filme tem o defeito de lembrar excessivamente o "Aguirre", do próprio Herzog, traz algumas cenas que podem ser consideradas antológicas, como aquela em que o navio é carregado em terra.
Talvez o cinema dilacerado desses mestres dos anos 70, afrouxando a partir dos 80, anunciasse a necessidade do encontro, então inconcebível, das duas Alemanhas.


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