São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2011

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CRÍTICA SHOW

U2 abre turnê latina com visual hipnotizante

Em estrutura high-tech na capital chilena, Bono balançou sobre a plateia pendurado por cabos e lembrou a Líbia durante o show

THALES DE MENEZES
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

Nenhuma das quase 70 mil pessoas presentes no Estádio Nacional na noite de sexta-feira (25) pode reclamar. O U2 sempre entrega o pacote completo. No show para os chilenos, abertura da fase sul-americana da turnê "360", estava tudo lá.
Os hinos do início da carreira ("I Will Follow", "Sunday Bloody Sunday"), as músicas mais recentes que também são boas, os discursos do Bono, a garota que ele puxa da plateia para galantear e, é claro, o palco mais moderno do planeta.
A estrutura é monstruosa, como uma gigantesca "aranha de quatro patas". Um mundo de canhões de luzes está ali. Há uma coluna central na qual sobe e desce o telão, ou melhor, os quatro telões, cada um dirigido a um lado da plateia.
Nos 50 minutos do show muito bom do trio Muse, que abriu a noite, o aparato serviu só como um telão. A performance deslumbrante estava reservada às estrelas.
Mas o U2 nem precisava dela. Quando os quatro integrantes entraram no palco, caminhando por uma passarela que cruzava a Red Zone, sob uma luz suave, o estádio veio abaixo.
A abertura foi "Beautiful Day". Bono emendou o refrão beatle de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band". A segunda canção foi a quase trintona "I Will Follow".
Não era fácil achar alguém com menos de 25 anos na plateia, por isso as músicas mais antigas balançaram as estruturas do estádio. Foi assim com "Mysterious Ways", "I Still Haven't Found What I'm Looking For" e "Pride (In the Name of Love)".
Bono elogiou os chilenos, que tinham assistido ao U2 pela última vez em 2006.
"Muita coisa ocorreu nesses cinco anos, vocês foram fortes", disse o vocalista, lembrando o terremoto de 2010.
A banda incluiu no show "One Tree Hill", que cita Victor Jarra, cantor local assassinado pelo golpe militar de 1973. Para cantar com ele, Bono chamou a bonitinha Francisca Valenzuela, chilena com dois álbuns no currículo. Foi um momento Paula Fernandes em Santiago.
Com os primeiros acordes de "City of Blinding Lights", surgiu um telão cilíndrico. A sensação era hipnotizante. A partir daí, a exuberância visual não deu mais trégua. O pique "político" da noite foi Bono perguntando várias vezes "Líbia, você está nos ouvindo?" para introduzir a empolgante a música "Sunday Bloody Sunday".
No segundo bis, o cantor se pendurou num cabo e balançou por cima do público da Red Zone. Depois, cantou uma versão curta de "With or Without You". Fechou com "Moment of Surrender", com curta dose de anticlímax.
Parece que o desafio do U2 hoje é fazer cada vez mais tudo maior, impactante, inesquecível. Os paulistanos que se preparem para os shows no Morumbi. É ver pra crer.

U2
AVALIAÇÃO ótimo



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