São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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NOITE

Apesar de algumas apostas em segmentação, os clubes também misturam gêneros e atraem um público variado

Diversidade é um dos segredos do sucesso

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da segmentação que predomina na noite e a divide em guetos, a variedade sonora bem pensada pode determinar o sucesso de uma festa. É assim na Debut!!!, na Torre, e também no Grind, na ALôca, onde a pista lota, com as pessoas dançando de Britney Spears a Strokes.
ALôca também é um dos poucos lugares em São Paulo onde meninas, meninos, gays, travestis e drag queens convivem em harmonia. "Aqui todo mundo se dá bem", fala André Pomba, 42, se referindo à diversidade sexual que faz a temperatura do clube ir às alturas. "Hoje, 50% do público é gay e os outros 50%, hétero."

Retrô
Se as inovações sonoras são o charme de algumas festas, outras fazem sucesso justamente pelo contrário, como a noite de black music do clube Blen Blen, aos sábados, que em 2006 comemora nove anos com os DJs Grandmaster Ney e Cláudio Costa tocando hits de funk, r&b, soul, samba-rock e rap da década passada.
"A repetição acaba cansando. Há noites em que toca três vezes a mesma música!", conta Ana Carolina Wagner de Souza, 20.
Nem por isso as pistas da casa -uma de black, outra de samba-rock- ficam vazias. O público reclama, mas dança sem parar, como Érica Rodrigues, 20, que rodopiava com seu par quando a reportagem visitou o clube. "Na verdade, Grandmaster Ney tem muito som bom", afirma Rodrigues. "Mas ele diz que aqui tem que tocar a mesma coisa."

Eletrônicas
Com a penca de festas de música eletrônica que há na cidade, manter uma em alta é um desafio. O Lov.e Club é um dos que consegue isso com uma fórmula que alia bons DJs à localização, no meio da Vila Olímpia.
A festa mais famosa do clube é a de tecno, às sextas, há seis sob o comando da promoter Eliana Iwasa, que mantém a noite contando, principalmente, com convidados internacionais.
Duro é agradar a quem vai ao Lov.e desde os tempos em que a eletrônica não era tão "mainstream". "O público era muito melhor, mais interessado em música", fala Fernando Felix, 25. "Teve um auge de playboys que estava aqui de pára-quedista e agora tem um equilíbrio entre os dois. Mas o som continua muito bom."
Já no Paradise, o after-hours do clube D-Edge, um dos mais antigos da cidade, rola o efeito contrário: só tem entendidos de música eletrônica, mas anda meio vazio.
A culpa, diz seu criador, o DJ e promoter Oscar Bueno, é do rival Hell's, que voltou à ativa neste ano, no clube Vegas, e está na moda. "O Vegas é queridinho da mídia", acredita Bueno. "É fase. Não dá para achar que as pessoas vão tanto tempo no mesmo lugar."

A casa de todas as casas
A Love Story, que se autoproclama a "casa de todas as casas", se transformou numa instituição paulistana. Os trabalhos começam à 1h30 e vão até sol a pino.
O clube é um dos mais ecléticos da cidade, com boêmios, famosos, mauricinhos, remediados, artistas, moças de família e garotas de programa que vão lá para esticar ou encerrar a balada.
O Love Story é enorme, e a pista animada por megababas eletrônicas, temperadas com funk carioca e outros gêneros. Há passarelas para quem quiser se exibir e mesas reservadas para quem quiser gastar. Por ali, já passaram até celebridades internacionais, como a atriz Victoria Abril, uma das estrelas de Pedro Almodóvar.
(ADRIANA FERREIRA SILVA)


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