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NOITE
Apesar de algumas apostas em segmentação, os clubes também misturam gêneros e atraem um público variado
Diversidade é um dos segredos do sucesso
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da segmentação que
predomina na noite e a divide em
guetos, a variedade sonora bem
pensada pode determinar o sucesso de uma festa. É assim na Debut!!!, na Torre, e também no
Grind, na ALôca, onde a pista lota, com as pessoas dançando de
Britney Spears a Strokes.
ALôca também é um dos poucos lugares em São Paulo onde
meninas, meninos, gays, travestis
e drag queens convivem em harmonia. "Aqui todo mundo se dá
bem", fala André Pomba, 42, se
referindo à diversidade sexual
que faz a temperatura do clube ir
às alturas. "Hoje, 50% do público
é gay e os outros 50%, hétero."
Retrô
Se as inovações sonoras são o
charme de algumas festas, outras
fazem sucesso justamente pelo
contrário, como a noite de black
music do clube Blen Blen, aos sábados, que em 2006 comemora
nove anos com os DJs Grandmaster Ney e Cláudio Costa tocando
hits de funk, r&b, soul, samba-rock e rap da década passada.
"A repetição acaba cansando.
Há noites em que toca três vezes a
mesma música!", conta Ana Carolina Wagner de Souza, 20.
Nem por isso as pistas da casa
-uma de black, outra de samba-rock- ficam vazias. O público reclama, mas dança sem parar, como Érica Rodrigues, 20, que rodopiava com seu par quando a reportagem visitou o clube. "Na
verdade, Grandmaster Ney tem
muito som bom", afirma Rodrigues. "Mas ele diz que aqui tem
que tocar a mesma coisa."
Eletrônicas
Com a penca de festas de música
eletrônica que há na cidade, manter uma em alta é um desafio. O
Lov.e Club é um dos que consegue isso com uma fórmula que
alia bons DJs à localização, no
meio da Vila Olímpia.
A festa mais famosa do clube é a
de tecno, às sextas, há seis sob o
comando da promoter Eliana
Iwasa, que mantém a noite contando, principalmente, com convidados internacionais.
Duro é agradar a quem vai ao
Lov.e desde os tempos em que a
eletrônica não era tão "mainstream". "O público era muito melhor, mais interessado em música", fala Fernando Felix, 25. "Teve
um auge de playboys que estava
aqui de pára-quedista e agora tem
um equilíbrio entre os dois. Mas o
som continua muito bom."
Já no Paradise, o after-hours do
clube D-Edge, um dos mais antigos da cidade, rola o efeito contrário: só tem entendidos de música
eletrônica, mas anda meio vazio.
A culpa, diz seu criador, o DJ e
promoter Oscar Bueno, é do rival
Hell's, que voltou à ativa neste
ano, no clube Vegas, e está na moda. "O Vegas é queridinho da mídia", acredita Bueno. "É fase. Não
dá para achar que as pessoas vão
tanto tempo no mesmo lugar."
A casa de todas as casas
A Love Story, que se autoproclama a "casa de todas as casas", se
transformou numa instituição
paulistana. Os trabalhos começam à 1h30 e vão até sol a pino.
O clube é um dos mais ecléticos
da cidade, com boêmios, famosos, mauricinhos, remediados, artistas, moças de família e garotas
de programa que vão lá para esticar ou encerrar a balada.
O Love Story é enorme, e a pista
animada por megababas eletrônicas, temperadas com funk carioca
e outros gêneros. Há passarelas
para quem quiser se exibir e mesas reservadas para quem quiser
gastar. Por ali, já passaram até celebridades internacionais, como a
atriz Victoria Abril, uma das estrelas de Pedro Almodóvar.
(ADRIANA FERREIRA SILVA)
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