São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Dora Longo Bahia agride suas obras sem ter medo do vermelho Divulgação A obra "Who's Afraid of Red? (Guarujá)", de Dora Longo Bahia, em exposição na galeria Luisa Strina FABIO CYPRIANO DA REPORTAGEM LOCAL Em suas obras anteriores, vermelho era o sangue das vítimas da violência doméstica. Nos trabalhos que apresenta a partir de hoje, a artista plástica Dora Longo Bahia usa o vermelho para agredir suas próprias criações. Seja nas pinturas ou nas fotografias, riscos rubros violentam paisagens idílicas de praias paulistas ou do Nordeste. "Busco agora trabalhar com a ambiguidade da violência, o vermelho é sangue, mas é também uma cor sedutora", afirma a artista. As imagens clichês do país tropical tornam-se paisagens violentadas, dando sequência à série na qual a artista se auto-retratou, apresentada na Bienal de Havana, em 1999. A inspiração para essa nova fase vem da tela de Barnett Newman, "Who's Afraid of Red, Yellow and Blue III", que sofreu um atentado num museu holandês em 1999. "Fiquei intrigada em como uma obra tão abstrata motivou uma ação tão concreta", diz. O gesto do visitante-terrorista, que cortou a tela, passou assim a ser incorporado nas obras da artista. A investigação sobre a superfície é uma constante no conjunto de três pinturas, quatro fotografias com backlight e duas instalações. O resultado é uma ode à pintura. A instalação no segundo andar da galeria comprova: no início há um vídeo de uma palmeira ao vento registrada em super-8, a imagem é congelada numa segunda projeção, que finalmente se torna uma pintura na parede. Assim como nesse percurso, em Longo Bahia a pintura é o fim. DORA LONGO BAHIA - mostra com trabalhos recentes da artista . Quando: abertura hoje, às 19h; de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h. Até 24/ 7. Onde: galeria Luisa Strina (rua Oscar Freire, 502, São Paulo, tel. 0/xx/11/3088-2471. Quanto: entrada franca, obras de US$ 1.000 a US$ 6.000. Texto Anterior: Suporte era paixão entre várias técnicas Próximo Texto: Congresso: História oral é tema de encontro nacional a partir de hoje na USP Índice

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