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DOCUMENTÁRIO
Curta-metragem revela mundo do autismo
FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
O comprometimento da comunicação é um dos principais problemas vividos por quem tem autismo. Dificuldade para manter
contato visual direto, atraso ou
ausência no desenvolvimento da
fala, surdez aparente e problemas
para se relacionar são alguns sintomas desse transtorno ainda
pouco explicado pela ciência.
A americana Sue Rubin, portadora do distúrbio, supera essas
barreiras e vai além ao contar sua
história em "Autism Is a World"
(o autismo é um mundo), que
concorreu ao Oscar deste ano na
categoria documentário em curta-metragem e será exibido hoje e
reapresentado amanhã pela CNN
International.
Dirigido por Gerardine Wurzburg -que levou a estatueta na
mesma categoria em 1992 por
"Educating Peter", sobre a Síndrome de Down-, o documentário mescla relatos escritos por
Rubin com depoimentos de pessoas com quem ela convive e cenas da sua vida cotidiana.
A tônica é o conflito constante
vivido por essa mulher de 26 anos
que freqüenta a faculdade de história, mas, ao mesmo tempo, carrega colheres de plástico para onde quer que vá, mora sem os pais,
mas precisa de assistência 24 h,
entrevista uma médica para saber
mais sobre seu distúrbio, mas
"pára de pensar" quando vê água.
A vida de Rubin é marcada por
uma clara cisão entre a fase em
que não se comunicava e era considerada uma "pessoa nula" e o
momento em que, aos 13 anos de
idade, ela se conecta com o mundo por meio de um teclado, o que
faz sua mente despertar. Não há,
no entanto, transformações mágicas: ela sabe que, por mais sociável que se torne, nunca ficará livre
do autismo e, por isso, aprendeu a
conviver com ele.
A narrativa é sensível e direta,
sem excessos e sentimentalismo.
Seu maior mérito é tornar acessível para o público um mundo, nas
palavras de Rubin, difícil de explicar para quem não é autista.
Autism Is a World
Quando: hoje, às 18h, e amanhã, às 9h e às 20h, na CNN International
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