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CRÍTICA MPB
Em álbum solo, cantora não perde a majestade de musa
BRUNO YUTAKA SAITO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
Na Orquestra Imperial, Nina Becker era o símbolo de
um Rio moderno, cool e festivo. Solo, deixa a festa de lado. Mas a majestade de musa
ela não perde.
Agora, Nina seduz porque
parece real. "Azul" valoriza
silêncios, e ela sussurra indefesa em nossos ouvidos. Sabe
sofrer com classe.
É o espírito do "menos é
mais", seguido por Tiê, como
se fosse um movimento de
oposição aos excessos das
lady gagas da vida.
Ao forjar com precisão essa identidade, os produtores
Maurício Tagliari e Miranda
são tão estrelas quando Nina.
Ainda que remeta a, aqui e
ali, Marisa Monte ou Gal Costa, Nina mostra estar perto de
uma voz própria e forte em
"Azul". Em "Não me Diga
Adeus" (célebre com Nara
Leão), acreditamos que seu
coração está já frio e aos cacos ao cantar "pense nos sofrimentos meus".
Já o calor de "Vermelho"
vem da turma que cerca Nina. As obsessões de parceiros
impregnam faixas como "Do
Avesso", que traz a paixão de
Nervoso por Roberto Carlos.
"Volte Sempre", de Renato
Martins, segue a linha dixie
de sua banda, Canastra.
Fosse ainda estilista, poderíamos dizer que as canções são belas, cheias de estilo, modernas e confortáveis.
AZUL E VERMELHO
ARTISTA Nina Becker
GRAVADORA: YBMusic
QUANTO: a definir (lançamento
previsto para junho)
AVALIAÇÃO: bom
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