ADRIANA FERREIRA
DO GUIA DA FOLHA

Um dos principais ingredientes para uma boa cozinha musical, a percussão, ganha destaque em uma série de shows gratuitos que estréia hoje, no Sesc Consolação.
O ciclo "Percussão Brasil", promovido pelo CEM (Centro Experimental de Música), pretende traçar um panorama, ainda que modesto, das variações rítmicas produzidas por pandeiros, zabumbas, alfaias, triângulos e cuícas, entre muitos outros instrumentos percussivos. "Tentamos reunir artistas representativos de diversas tendências musicais", explica Andréa de Araújo Nogueira, 37, responsável pelo centro e curadora da mostra.
Um bamba do samba e do choro carioca, o instrumentista Jorginho do Pandeiro, abre a série acompanhado por um regional com veteranos das rodas de choro paulistanas, como Izaias de Almeida (bandolim) e Israel de Almeida (violão sete cordas).
O pandeirista é integrante do grupo Época de Ouro, criado na década de 60 por Jacob do Bandolim e agora liderado pelo violonista César Faria, pai do compositor Paulinho da Viola.
Amanhã, dia 29, a programação dá uma guinada e cai nas mãos da percussionista Simone Soul, que mostra a mistura de eletrônica e ritmos afro-brasileiros do Projeto Cru, com Alfredo Bello (contrabaixo e pick-ups) e Marcelo Monteiro (sax). O grupo apresenta o repertório de seu disco de estréia, que deve ser lançado no segundo semestre deste ano.

Rap e eletrônica
Junto a percussionistas que se revezam em instrumentos como alfaia, agogô e cuíca, o cantor e tocador de berimbau Dinho Nascimento traz sua pesquisa, que destaca as raízes da percussão, para o show da quarta, dia 30.
Dois grupos completam a programação. Na quinta, dia 1º, os cariocas do Baticum apresentam uma fusão de rap, samba e música eletrônica.
Os Barbatuques se encarrega de fechar a semana, com sua impressionante performance que dispensa instrumentos musicais e utiliza pés, mãos, braços e inusitadas partes do corpo para criar sonoridades que vão do samba ao maracatu.
O ciclo "Percussão Brasil" segue até 30 de julho e, entre os destaques, tem artistas como Ari Colares e Heloísa Fernandes (5 e 7/7), Caíto Marcondes (19 e 20/7), Lalau da Tábua (21 e 22/7) e Guelo (28 e 29/ 7).
Quem quiser se iniciar no baticum poderá freqüentar os workshops, que serão ministrados pela percussionista norte-americana Robyn Schulkowsky (1 a 3/7) e pelo grupo Barbatuques (15/7).