|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Amizade com Minczuk ajudou vinda de Masur
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Kurt Masur está com 78
anos e talvez preferisse, para
o mês de julho, gozar do verão europeu, em vez de passar frio em Campos do Jordão. A razão para sua vinda
ao Brasil tem um nome: Roberto Minczuk, diretor artístico do festival de inverno.
"Roberto era um trompista maravilhoso e tocou sob
minha direção na Orquestra
Gewandhaus, de Leipzig.
Depois que ele voltou ao
Brasil, eu sempre o procurava quando vinha em turnê
ao país", relembra. "Então,
quando o Roberto me disse
que estava assumindo o festival, eu disse que evidentemente queria vir para cá."
Tecnicamente, ele não vê
grandes diferenças entre
preparar uma orquestra jovem e uma orquestra adulta.
"O bom é que os jovens querem aprender. Eu posso dar
a eles minha experiência, e
eles me oferecem, em troca,
frescor e força de vontade."
No que tange aos aprendizes de maestro, ele afirma ter
como prioridade ajudá-los a
superar seus próprios erros.
"Regentes precisam de truques em suas atividades, e
nem sempre temos quem
nos aconselhe. Vendo-os dirigir a orquestra, eu posso
ajudá-los na hora."
Masur veio ao Brasil pela
primeira vez em 1970 para
reger a integral das sinfonias
de Beethoven no Rio de Janeiro, com a Orquestra Sinfônica Brasileira, cuja direção Minczuk assume a partir
do mês que vem.
Anedota do primeiro ensaio: "Quando eu cheguei, 15
músicos não estavam lá, incluindo chefes de naipe. Eles
chegaram com 25 minutos
de atraso! As condições de
trabalho eram ruins. Vários
tinham de se dedicar a outras atividades para sobreviver. Havia um dentista que
tinha deixado vários pacientes esperando".
Hoje, Masur continua ligado ao Brasil e à sua música.
Tentou comprar discos de
Fafá de Belém, de quem se
disse "grande admirador", e
quer levar o violonista Yamandú Costa para se apresentar com a Orquestra Nacional da França.
(IFP)
Texto Anterior: Ensaio de ORQUESTRA Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|