São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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Angeli sem crise

"Wood & Stock", filme com seus personagens, é atração no festival Anima Mundi

ALEXANDRE MATIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Angeli talvez seja um dos pais do rock brasileiro. Tudo bem que Roberto Carlos, Rita Lee e Raul Seixas vieram antes, mas para uma geração crescida sob a sombra da ditadura militar o cartunista paulistano foi um dos que melhor traduziram o que era a cultura do rock.
Com os personagens criados nas páginas da extinta revista "Chiclete com Banana", que editava por conta própria nos anos 80, ele foi inventando tipos para traduzir a fauna revelada com o fim da ditadura. Enquanto a Blitz e o rock carioca revelavam o prazer de ser jovem depois da abertura política, Angeli, nas suas revistas e na Folha, descortinava uma São Paulo pós-industrial cheia de defeitos de fabricação em forma de gente -o punk Bob Cuspe, a gótica boêmia Rê Bordosa, o paranormal Rampal e o gay Nanico. Cada figura criada pelo desenhista também encerrava uma tribo quase sempre ligada a um gênero musical.
Duas de suas criações saem das páginas do jornal para ganhar outros rumos. A dupla de velhos hippies Wood e Stock estrela o primeiro longa baseado na obra de Angeli, que será exibido amanhã no Anima Mundi. "Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock'n'Roll", do gaúcho Otto Guerra, reúne não apenas o núcleo bicho-grilo do título (a esposa Lady Jane, o filho Overall), mas quase todos os personagens criados pelo cartunista paulistano.
O outro lançamento são os livros que compilam as histórias do pré-adolescente Ozzy, filho da geração Nirvana, que era publicado pela Folhinha nos anos 90.
São quatro volumes ao todo, dois deles saem agora e os outros dois em novembro.
Angeli conversou com a Folha sobre os dois projetos.


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