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Angeli sem crise
"Wood & Stock", filme com seus personagens, é atração no festival Anima Mundi
ALEXANDRE MATIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Angeli talvez seja um dos pais
do rock brasileiro. Tudo bem
que Roberto Carlos, Rita Lee e
Raul Seixas vieram antes, mas
para uma geração crescida sob
a sombra da ditadura militar o
cartunista paulistano foi um
dos que melhor traduziram o
que era a cultura do rock.
Com os personagens criados
nas páginas da extinta revista
"Chiclete com Banana", que
editava por conta própria nos
anos 80, ele foi inventando tipos para traduzir a fauna revelada com o fim da ditadura. Enquanto a Blitz e o rock carioca
revelavam o prazer de ser jovem depois da abertura política, Angeli, nas suas revistas e na Folha, descortinava uma São
Paulo pós-industrial cheia de
defeitos de fabricação em forma de gente -o punk Bob Cuspe, a gótica boêmia Rê Bordosa,
o paranormal Rampal e o gay
Nanico. Cada figura criada pelo
desenhista também encerrava
uma tribo quase sempre ligada
a um gênero musical.
Duas de suas criações saem
das páginas do jornal para ganhar outros rumos. A dupla de
velhos hippies Wood e Stock
estrela o primeiro longa baseado na obra de Angeli, que será
exibido amanhã no Anima
Mundi. "Wood & Stock - Sexo,
Orégano e Rock'n'Roll", do
gaúcho Otto Guerra, reúne não
apenas o núcleo bicho-grilo do
título (a esposa Lady Jane, o
filho Overall),
mas quase todos os personagens criados pelo
cartunista paulistano.
O outro lançamento
são os livros que compilam as histórias do pré-adolescente Ozzy, filho da
geração Nirvana, que era publicado pela Folhinha nos
anos 90.
São quatro volumes ao todo,
dois deles saem agora e os outros dois em novembro.
Angeli conversou com a Folha sobre os dois projetos.
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