MARCELO NEGROMONTE
da Redação

Nunca tantas trilhas sonoras venderam tanto nos Estados Unidos como neste ano. Principalmente neste mês, em que de três a cinco trilhas figuram entre os dez álbuns mais vendidos, segundo a parada semanal da "Billboard". O exemplo máximo é a de "Titanic". Vendeu até agora cerca de 10 milhões de cópias, só nos EUA (é a trilha que mais vendeu na história, seguida de "Carruagens de Fogo" e "Grease - Nos Tempos da Brilhantina") e foi o primeiro álbum, de qualquer gênero, a vender mais de 500 mil cópias por semana durante cinco semanas consecutivas. Lançada em novembro de 97 e produzida por James Horwer, a trilha teve como carro-chefe a melosa "My Heart Will Go On", da canadense Celine Dion. Mas antes dos icebergs e recordes quebrados, muito se passou com as trilhas. Data de 1942 a primeira trilha, do filme "The Jungle Book", que foi lançada em formato de single de 78 rpm. Antes, pianistas se apresentavam ao vivo durante a exibição da película. Nos anos 60, com o rock e pop explodindo, as trilhas começaram a utilizar mais esses gêneros, em detrimento das trilhas incidentais de música clássica, como nos filmes com Elvis Presley e "A Hard Day's Night", com os Beatles. A trilha se tornou então uma ferramenta publicitária das mais utilizadas para lançar um filme, já que até antes do surgimento do vídeocassete, as bolachas dos filmes eram o único objeto relacionado ao cinema que os espectadores podiam levar para casa. O italiano Ennio Morricone e o inglês John Barry são alguns dos principais compositores cuja carreira está ligada ao cinema. Morricone é conhecido pelas trilhas revolucionárias de filmes "western spaghetti" do diretor Sergio Leone. A mais famosa delas é "Três Homens em Conflito", de 1967, que atingiu o número dois nas paradas norte-americanas em 1968. E o espião inglês James Bond não existiria sem Barry, que absorveu influências do pop, erudito e jazz. O primeiro filme da série, "Dr. No", de 1962, teve trilha entre os vinte discos mais vendidos na Inglaterra na época. Nos 90, rock, pop, rap e música eletrônica, em sua maioria, recheiam as trilhas, configurando numa ótima vitrine para artistas até então desconhecidos, como Celine Dion e Urge Overkill, presente na trilha de "Pulp Fiction".