Atriz debate inspiração teatral em "Máscaras de Penas Penadas"

MARCOS GRINSPUM FERRAZ
DE SÃO PAULO

No palco, atores podem transparecer confiança e firmeza. Mas isso não anula medos e inseguranças, nem o tormento que pode ser achar inspiração para interpretar um personagem.
Ao menos, é isso o que sugere Leona Cavalli no monólogo "Máscaras de Penas Penadas", escrito por Ana Vitória Vieira Monteiro e que chega agora a São Paulo. No palco, Cavalli interpreta uma atriz que, ao se preparar para fazer uma personagem, percebe que não se sente pronta para isso. A partir daí, explica a atriz, começa um reencontro com as raízes e com os deuses do teatro.
O monólogo surgiu como parte do trabalho que Cavalli e Monteiro desenvolvem em oficinas para atores há mais de dez anos.
"A gente percebeu que muita gente queria saber só dos resultados do trabalho de ator -da fama, da inserção no mercado-, mas que não tinham relação com a raiz do teatro, com a mitologia, com esse lado interno."
Dessa forma, o texto de Monteiro começou a ser trabalhado nas oficinas antes de ganhar a montagem dirigida pela própria autora e por Georgette Fadel, com trilha sonora de Chico César. A peça, que já esteve no Rio e em Porto Alegre, é também um reencontro de Cavalli com os palcos (onde ganhou destaque em trabalhos com Zé Celso nos anos 90), já que nos últimos anos esteve mais ligada ao cinema e à TV.