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Desde 95, Rede Globo não é mais aquela
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Começou quatro anos atrás,
quando Roberto Irineu Marinho
tirou o "Jornal Nacional" das
mãos de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. E passou a
limpar a imagem institucional da
Globo, depois de décadas à sombra do regime militar, protagonizando episódios como a censura à
campanha das diretas.
Com eventuais deslizes, como
vitimar Marta Suplicy e outros esquerdistas ano passado, o telejornalismo da Globo segue com suas
preferências políticas, mas não diferente dos demais. Passou a dar
atenção cada vez menor a Brasília
-e maior a um questionamento
anacrônico do antigo regime, em
histórias de torturas etc.
No que parece um movimento
final em tal direção, passou a hostilizar ACM, velho companheiro,
com ataques diretos ao projeto
contra a miséria e até cortando
declarações suas do "JN".
A Globo não é mais aquela, de
outro lado, por conta do público
declinante, em especial das telenovelas. É o fenômeno mais intrigante da TV, hoje, pondo em risco a clássica "grade" novela/telejornal/novela. Nos últimos meses,
até o próprio "JN" bateu a novela
das oito em audiência.
A emissora busca alternativas
nas concorrentes (Ana Maria Braga etc.) e no futebol. Esta semana,
mostrou um capítulo todo da novela das oito num estádio, bola rolando. Num tal quadro, o que o
"JN" pode fazer pelo poder, por
FHC, é omitir. Age pouco.
A liberdade para agir passou aos
programas apelativos, dentro e
fora da Globo. Quando precisou
de ajuda esta semana, FHC deu
entrevista para sair no "Fantástico", domingo. Em dia de semana,
um quadro como a "Cacetada do
Ratinho", no SBT, tem sido mais
precioso do que tudo o que o "JN"
ainda consegue fazer.
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