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EXPOSIÇÃO
Objetos do ex-presidente recontam história pública e privada; revólver usado no suicídio é destaque
Vargas retorna multimídia ao Catete
especial para a Folha
Passados 45 anos de sua morte,
Getúlio Vargas retorna em uma
grande exposição multimídia, no
espaço onde governou o país por
19 anos, o Palácio do Catete.
A mostra intitulada "Eu, Getúlio" traz 1.580 peças, entre livros e
objetos pessoais, de um dos principais mitos da história do Brasil.
Tudo apresentado de forma interativa e inovadora pelos curadores Rico Lins (designer gráfico),
Cafi (fotógrafo) e Marcello Dantas (multimídia).
Entre os destaques está a exposição do revólver do suicídio, que
até então havia sido mantido a sete chaves pela família de Vargas.
O acervo mostra o Getúlio personalidade pública, mas, sobretudo, detalhes de sua vida privada,
do mobiliário a objetos pessoais
ou recordações da vida familiar.
Fica evidenciada a relevância
dada pelo ex-presidente à imagem pessoal. "Getúlio Vargas talvez tenha sido um dos primeiros
estadistas modernos no sentido
de se preocupar com a mídia como instrumento de propagação
política no Brasil. Acho, por
exemplo, que ele nunca tomou
um chimarrão se não tivesse uma
câmera ligada ao lado", alerta Rico Lins, um dos organizadores,
em entrevista à Folha.
Além do roteiro histórico-conceitual, há a preocupação com a
contextualização diferenciada
dos objetos. Embora o revólver
seja o grande fetiche, os livros de
sua biblioteca pessoal trazem curiosidades, como dedicatórias
ilustres de, entre outros, Franklin
Roosevelt, Guimarães Rosa e Gilberto Freyre, bem como insígnias
e condecorações presenteadas
por chefes de Estado.
O trabalho lúdico da curadoria
está, sobretudo, na exposição
criativa dos objetos, seja através
de ferramentas multimídia, retroprojeção das páginas dos livros ou
a instalação vidrowall (parede de
vidro), com gravações de depoimentos de Getúlios comuns sobre
Getúlio Vargas. Para chegar ao resultado, o Museu lançou há um
mês o Disk-Getúlio, e colheu 140
histórias, das quais foram selecionadas as mais emblemáticas.
"Tem "high-tech" e "low-tech",
tudo para dar dinamismo e fazer
com que o público brinque com
os objetos. É uma exposição que
se propõe a democratizar um
contato com a história fugindo do
convencional", explica Lins, que
espera que o público (re)descubra
Getúlio.
(SHEILA GRECCO)
O quê: exposição multimídia "Eu,
Getúlio"
Onde: Palácio do Catete - Museu da
República (r. do Catete, 153, tel. 0/ xx/
21/285-6350, RJ)
Quanto: R$ 3,00
Quando: para o público, a partir do dia
25; das 12h às 17 h. (ter. a dom.)
Patrocínio: Ipiranga
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