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Fotos expostas na Bienal somem
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
Um conjunto de 76 fotografias
originais da série "Antropologia
da Face Gloriosa", do artista carioca Arthur Omar, expostas na
última edição da Bienal de São
Paulo, em 1998, desapareceu no
trajeto entre Rio de Janeiro e Recife. As imagens deveriam ser expostas desde anteontem no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife.
"As fotos deveriam ter chegado
na última terça, mas não chegaram", disse Omar. "Como sinal de
protesto, acabei pichando as paredes do museu e ocupando assim o espaço que deveria ser usado com as minhas fotografias."
Segundo o diretor do museu,
Marcos Lontra, o transporte das
fotografias do Rio deveria ter sido
feito pela empresa Atlantis, que
teria terceirizado o trabalho.
"Ficamos sabendo que a transportadora Atlantis, que é conhecida e séria, sublocou o transporte
para uma certa Transcarioca, que
não conhecemos. Estamos em
contato com a Atlantis desde terça, mas o presidente, Rafael
Wollny, não tem mais nos atendido", disse Marcos Lontra. "Ninguém sabe o paradeiro das fotos."
Lontra disse ainda que as obras
estariam cobertas por um seguro.
Arthur Omar acusa o museu de
ter cometido irregularidades e de
ter sido irresponsável ao não controlar o transporte das obras. "Foi
uma negligência do museu, que
vou processar por danos morais",
disse Omar. "Se não fôssemos
profissionais, não teríamos realizado mostras de Picasso, Basquiat
e, agora, Beuys", disse Lontra.
Procurado por telefone pela Folha na tarde de ontem, Wollny retornou a ligação, mas não falou
sobre o caso. Disse: "O senhor sabe o que significa a expressão
americana "make my day'? (frase
que o personagem do ator Clint
Eastwood dizia, antes de atirar,
em filmes policiais). Pois é, publique uma linha sobre o caso e o senhor vai ver, vai ter de provar o
que está dizendo".
Até as 20h de ontem, as obras
não haviam chegado ao seu destino em Recife, e o caminhão não
havia sido localizado.
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